A conhecida marca de recipientes plásticos Tupperware declarou falência esta terça-feira, depois de, no ano passado, avisar que estava numa situação financeira difícil.

A empresa sediada em Orlando, Flórida, divulgou em comunicado que a estrutura principal e as suas subsidiárias “iniciaram voluntariamente” o processo de proteção contra credores nos EUA, conhecido como “Chapter 11”. A companhia deu início ao processo no tribunal de falências do Delaware.

Tupperware avisa que está em risco de falir. Ações caem na bolsa

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A Tupperware explicou que “vai continuar a operar” durante este processo de falência e que vai tentar obter a aprovação do tribunal para um processo de venda da empresa. “Planeamos continuar a servir os nossos valiosos clientes (…) durante o processo”, explicou Laurie Ann Goldman, presidente e CEO da empresa. “Ao longo dos últimos anos, a situação financeira da empresa tem sido severamente impactada pelo desafiante ambiente macroeconómico desafiante”, disse a CEO em comunicado.

A executiva explicou que tentaram “explorar várias opções estratégicas” e consideraram que este “era o melhor caminho”.

O aumento da concorrência e a diminuição da procura dos produtos da marca enfraqueceram a atividade da empresa nos últimos anos, que se debatia com problemas de liquidez.

A Tupperware foi fundada em Massachusetts em 1946 pelo químico Earl Tupper, que concebeu os icónicos recipientes de plástico herméticos para ajudar as famílias a conservar os alimentos durante o período pós-guerra.

A marca também ficou conhecida pelas suas vendas porta-a-porta, identificadas como “festas Tupperware”.

A empresa já tinha adiado as suas contas anuais de 2023 em março deste ano e, em junho, anunciou planos para encerrar a sua única fábrica nos EUA e despedir quase 150 empregados.

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Desde 2020, a empresa de utensílios de cozinha, que liderou o negócio de armazenamento de alimentos durante décadas, tem vindo a enfrentar problemas que põem em dúvida as suas hipóteses de sobrevivência.

No ano passado, a Tupperware, cujas ações caíram quase 75% até agora este ano, procedeu a uma reorganização da sua equipa de gestão e nomeou Laurie Ann Goldman como CEO (presidente executiva) para substituir Miguel Fernandez. Anteriormente, Goldman era CEO da Spanx, a empresa de roupa interior modeladora.

De acordo com os meios de comunicação social, a Tupperware tem um ativo de entre 500 milhões de dólares (449 milhões de euros) e mil milhões de dólares (898 milhões de euros) e um passivo entre mil milhões e 10.000 milhões de dólares. Tem também mais de 700 milhões de dólares em empréstimos.

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Uma década depois de ter iniciado a sua atividade nos Estados Unidos, a Tupperware expandiu-se para a Europa e, em meados dos anos 60, estava presente em seis países europeus, tendo depois dado o salto para os mercados da América Latina e da Ásia.

A empresa tem 5.450 funcionários em 41 países, além de 465 mil consultores que vendem as famosas caixas de plástico em quase 70 países.