Guimarães é uma cidade tradicionalmente difícil para todas as equipas do futebol português. E o FC Porto não é exceção. Apesar de ter vencido grande parte dos jogos que disputou no Estádio D. Afonso Henriques, o V. Guimarães é uma das equipas mais fortes do Campeonato Nacional, mais ainda depois de ter tido o melhor início de época do novo milénio. As condicionantes eram desfavoráveis, mas a verdade é que a equipa de Vítor Bruno voltou a passar no teste com distinção (0-3) e igualou, ainda que à condição, o Sporting na liderança.

O dragão assaltou o trono do rei com um gladiador que virou goleador (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

A grande figura da partida acabou por ser Samu Omorodion, que se estreou a titular ao substituir Danny Namaso, e retribuiu a aposta com dois golos em pouco mais de dez minutos, no início da segunda parte. À luz das estatísticas do GoalPoint, o jovem avançado espanhol até nem esteve muito bem nos primeiros 45 minutos, mas terminou o jogo com uma das melhores notas. Samu marcou dois golos nos dois remates que fez na direção da baliza e teve ainda um passe para finalização, 94% de eficácia de passe e nove passes progressivos recebidos.

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Na flash-interview da SportTV, Vítor Bruno acabou por destacar o avançado, que “ainda está a conhecer os colegas”. “O Samu tem feito um percurso muito alavancado naquilo que é a sustentabilidade diária. Temos outros perfis que podem abraçar aquilo que queremos enquanto plano de jogo. O Samu hoje [sábado] jogou bem. Para mim, é um orgulho muito grande ver aquilo que eles [os “quatro avançados”] fazem diariamente. Na segunda parte, percebeu-se que o V. Guimarães estava a começar a ficar desgastado e que o espaço ia aparecer. Aparecendo o espaço, o Samu é letal na forma como ataca a profundidade”, acrescentou o treinador.

“Fazia parte do plano tentar desgastar aquilo que era a orientação defensiva do V. Guimarães. Trata-se de uma equipa que tinha sofrido apenas dois golos, o que revela muito daquilo que é a essência do V. Guimarães a defender. A segunda parte foi diferente. Estrategicamente, falámos no balneário ao intervalo que era importante ameaçar aquela última linha, com movimentos de ataque à profundidade. Os primeiros 60 metros estavam lá, o campo tem 100, era preciso preenchê-los da melhor maneira e fazer mal à linha defensiva do V. Guimarães e tentar desarrumá-la. Conseguimos, fizemos três golos, a vitória é claramente justa, não oferece contestação, mas são três pontos. Não é mais do que isso”, abordou Bruno na análise que fez ao jogo.

Quanto ao regresso à titularidade de Stephen Eustáquio, que substituiu Iván Jaime no onze inicial, o técnico portista sublinhou que o internacional canadiano “jogou muito bem” e tem futuro — como “treinador”. “O Eustáquio é alguém que me conhece particularmente bem. É alguém em quem eu vejo um futuro como treinador. Gosto muito de falar com os jogadores, partilhar informação com eles, discutir muito daquilo que fazemos em jogo. O Eustáquio é muito fiável, é um profissionalão, e às vezes não é fácil em determinados momentos dar a resposta que ele deu, tendo também estado afastado do onze nestes últimos jogos”, concluiu.