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Em atualização

O número de mortos nos intensos ataques do Exército israelita contra o movimento xiita Hezbollah em todo o Líbano subiu para 558, incluindo 94 mulheres e 50 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. Este é o número mais elevado desde a última guerra entre as duas partes em 2006.

O balanço foi atualizado pelo ministro da Saúde interino, Firas Abiad, numa conferência de imprensa conjunta com o chefe do Sindicato dos Proprietários de Hospitais, Suleiman Haroun.

“A grande maioria, se não todos, eram pessoas desarmadas nas suas casas”, disse Abiad, citado pela agência francesa AFP. Este número “desmente todas as alegações israelitas de que os combatentes estão a ser visados”, afirmou.

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Abiad anunciou também que foram contabilizados 1.835 feridos até agora.

“Há ainda um grande número de partes de corpos que as forças de segurança estão a trabalhar para identificar”, referiu, segundo a agência libanesa NNA.

Abiad acrescentou que as autoridades libanesas tinham “desenvolvido previamente planos para fazer face a catástrofes, o que permitiu aos hospitais desempenharem o seu papel face à agressão”.

Ao fim da tarde de segunda-feira, o Exército israelita declarou ter atingido 1.300 alvos do Hezbollah nas últimas 24 horas, que dispara rockets contra Israel há quase um ano, em apoio ao Hamas palestiniano, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza, com consequências catastróficas para a população civil daquele território.

“Estamos essencialmente a alvejar as infraestruturas de combate”, afirmou o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzi Halevi, acrescentando que o Exército está a “preparar-se para as fases seguintes” da operação.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está a reverter o “equilíbrio de forças” no norte do país, onde está determinado a alcançar condições que permitam o regresso de dezenas de milhares de habitantes deslocados.

O Exército anunciou novos ataques “em grande escala” no vale de Bekaa, um bastião do Hezbollah no leste do Líbano, cujos habitantes, tal como os do sul, foram instados, através de mensagens digitais, a afastar-se de instalações que funcionem como depósitos de armamento do movimento xiita libanês.

O Hezbollah, por seu lado, afirmou ter retaliado com dezenas de rockets disparados para o norte de Israel, precisando que tinham como alvo os “principais paióis” do Exército na zona, bem como um quartel militar.

O fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah – que prometeu continuar a atacar Israel “até ao fim da agressão em Gaza”, abrindo uma segunda frente de batalha na região para o Exército israelita – aumentaram de intensidade desde a vaga de explosões simultâneas de equipamentos de comunicação (primeiro, pagers e, depois, walkie-talkies), atribuídas a Israel, que em todo o Líbano fizeram 39 mortos e quase 3.000 feridos, a 17 e 18 de setembro, segundo as autoridades libanesas.

Depois dos pagers, os walkie-talkies. Centenas de aparelhos de comunicação do Hezbollah explodem no Líbano e causam 20 mortes

Na sexta-feira, o bombardeamento israelita de um edifício nos subúrbios do sul de Beirute matou 16 membros da força de elite do Hezbollah, incluindo o seu líder, Ibrahim Aqil. O balanço total foram 45 vítimas mortais, incluindo civis, de acordo com as autoridades libanesas.

Milhares de libaneses fugiram para sul, e a principal estrada que sai da cidade portuária de Sidon, no sul, ficou cheia de carros que se dirigiam para Beirute, no maior êxodo desde 2006, noticiou a agência Associated Press (AP).

Trata-se dos piores confrontos entre Israel e o Hezbollah desde a guerra de 2006, que se intensificaram este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.

O Hezbollah tem atacado o norte de Israel a partir do sul do Líbano para apoiar o grupo palestiniano Hamas, que enfrenta uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza desde há quase um ano.

A ofensiva foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas, segundo Israel. Os atacantes também fizeram duas centenas de reféns que levaram para Gaza.

O Hamas, que governou Gaza desde 2007, contabilizou mais de 41.400 mortos desde o início da ofensiva israelita no enclave palestiniano.