Turquia e Egito apelaram esta segunda-feira à intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas para travar a “perigosa escalada”, enquanto o Iraque quer reunir os países árabes para debater os ataques de Israel ao Líbano.

“O Egito exprime a sua solidariedade sincera com o Líbano e o seu povo irmão, transmite as suas sinceras condolências às famílias das vítimas e deseja uma rápida recuperação aos feridos, e reitera a sua total rejeição de qualquer violação da soberania do Líbano e do seu território”, afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio.

O ministério recordou que já tinha alertado para os “perigos da agressão contínua de Israel” contra a Faixa de Gaza — onde 41.450 palestinianos foram mortos desde o início da ofensiva israelita, há quase um ano —, que também ameaça “mergulhar a região numa guerra regional em grande escala”.

As autoridades egípcias apelaram a “uma solução pacífica para a crise”, à aplicação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem como a esforços diplomáticos para pôr termo à escalada, que ameaça “o horizonte da paz”.

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio alertou para o facto de esta situação poder conduzir a uma “guerra regional global”.

Também a Turquia acusou Israel de ter “entrado numa nova fase” com os seus ataques militares no Líbano, que “conduzirão toda a região ao caos”.

“Os ataques de Israel no Líbano marcam uma nova fase na sua tentativa de levar o caos a toda a região”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco em comunicado.

A diplomacia turca considerou “imperativo que todas as instituições responsáveis pela manutenção da paz e da segurança internacionais, nomeadamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem como a comunidade internacional, tomem sem demora as medidas necessárias”.

“Os países que apoiam incondicionalmente Israel estão a ajudar [o primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu a derramar sangue para servir os seus interesses políticos”, acrescentou o ministério turco.

Por outro lado, o Iraque anunciou que pretende organizar uma “reunião urgente” das delegações árabes presentes em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral anual das Nações Unidas.

“O Iraque está a convocar e a trabalhar para uma reunião urgente para discutir as repercussões da agressão sionista ao (…) Líbano e trabalhar em conjunto para pôr fim ao seu comportamento criminoso”, segundo uma declaração do primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Soudani, que se encontra atualmente nos Estados Unidos.

Bagdade anunciou ainda que vai enviar combustível para o Líbano para alimentar as centrais elétricas dos hospitais e os serviços públicos.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro, o Iraque, rico em petróleo, vai estabelecer “uma ponte aérea e terrestre” para aliviar o sofrimento dos seus “irmãos no Líbano”, um país que enfrenta uma grave crise energética e onde o fornecimento de eletricidade é escasso, exceto através de geradores domésticos a gasóleo privados.

Al-Soudani também abriu “as portas” para receber no seu país os feridos causados pelos “ataques da entidade usurpadora [Israel]”.

O primeiro-ministro referiu que as medidas tomadas pelo Iraque respondem a um pedido do líder religioso xiita, o Grande Ayatollah Ali al-Sistani, que esta segunda-feira de manhã apelou a todos os países islâmicos para que ajudem a aliviar o sofrimento no Líbano e façam “todos os esforços possíveis” para pôr termo à agressão israelita.

No passado fim de semana, o Iraque enviou vários carregamentos de ajuda médica para os hospitais de Beirute, sobrecarregados pelos milhares de feridos provocados, no dia 17, pela explosão simultânea e maciça de milhares de pagers utilizados pelos militantes do Hezbollah, a milícia xiita libanesa e partido político aliado do Irão e inimigo do Estado de Israel.

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O Ministério da Saúde libanês anunciou que 356 pessoas, incluindo 24 crianças, foram mortas e mais de 1.240 ficaram feridas nos ataques israelitas no sul e no leste do Líbano, esta segunda-feira, enquanto o Exército israelita disse ter atingido 1.300 alvos do grupo xiita Hezbollah no Líbano, marcando uma escalada substancial nos confrontos entre as partes no último ano.

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