Há mais uma proposta para a compra de ativos da Inapa. A oferta vinculativa feita pelo grupo Japan Pulp and Paper (JPP) para a compra da Inapa France chegou já depois da apresentação do primeiro relatório da insolvência, mas propõe um valor superior ao de outras propostas, no montante de 25 milhões de euros.

Esta proposta confere à Inapa IPG, dona da Inapa France, um enterprise value (valor da empresa com dívida) de 73,1 milhões de euros. Segundo o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários na manhã desta quarta-feira, o grupo JPP admite incluir no perímetro da aquisição o centro de serviços partilhados do grupo localizado em Portugal e as marcas. A JPP estabelece ainda como condição para a assinatura do contrato que a sua proposta seja “selecionada no processo de venda de ativos na Alemanha para a fase final de negociações”, para além do uso contínuo da infraestrutura e serviços de IT e das marcas registadas, aos preços, termos e nível de serviço atuais até a assinatura e após o fecho da transação.

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Perante esta oferta pelos ativos da Inapa, já validada pelo conselho de administração do grupo japonês, o gestor da insolvência propõe à assembleia de credores que seja conferido um prazo de 30 dias para a negociação exclusiva com a JPP.

Segundo a administração do grupo de distribuição de papel, da análise desta proposta “resulta um enterprise value e um equity value superior às outras propostas recebidas para os mesmos ativos, sendo que esta proposta não contende com o perímetro da transação proposta pela Next Pack S.A.S (para a empresa de embalagens)., conforme descrita no relatório e no anterior comunicado”.

Nesse sentido, propõe à assembleia de credores da Inapa que seja assinado o contrato definitivo de compra e venda das participações em causa, desde que asseguradas as condições da proposta e o preço de 25 milhões de euros, bem como a verificação das autorizações necessárias e quaisquer atos necessários ou convenientes à execução da referida transação.

A Inapa entrou em processo de insolvência este verão arrastada pelo incumprimento da participada na Alemanha, que é o seu maior mercado, e depois de ver recusado um pedido de financiamento de curto prazo pela sua maior acionista, a empresa estatal Parpública. Entre os maiores credores do grupo de papel estão o BCP e o Novo Banco.

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O surgimento da proposta do grupo japonês dá força ao argumento da administração demissionária da Inapa que culpou a Parpública pela insolvência, garantindo que existia um investidor interessado na compra do grupo.