A receção do Manchester United ao Tottenham foi uma espécie de Lei de Murphy onde tudo o que poderia ter corrido mal acabou por correr ainda pior. Os red devils começaram praticamente a perder, Bruno Fernandes foi expulso à beira do intervalo e a segunda parte só trouxe mais dois golos dos spurs. O grande problema? Já nada foi surpreendente. 

A equipa de Erik ten Hag mostrou-se manifestamente impreparada para o confronto com o Tottenham, mesmo quando ainda existia igualdade numérica dentro de campo, e nunca deixou a ideia de que poderia ganhar o jogo. O Manchester United está atualmente no 12.º lugar da Premier League, já a oito pontos da liderança do Liverpool, e os parcos sete pontos em seis jornadas são já o pior arranque ex aequo do clube na liga inglesa.

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Mas há mais. Só numa outra temporada, em 2007/08, é que o Manchester United marcou tão poucos golos nas primeiras seis jornadas, sendo que atualmente leva apenas cinco. Com a derrota deste domingo e a sofrida contra o Liverpool no início do mês, o clube perdeu dois jogos consecutivos em Old Trafford sem marcar golos pela primeira vez desde novembro de 2021. Por fim, os red devils já perderam mais jogos por três ou mais golos desde a saída de Alex Ferguson do que durante os 26 anos em que o treinador escocês esteve à frente da equipa (23 contra 22).

Ainda assim, Erik ten Hag não tem medo de ser despedido. “Não estou a pensar nisso. No verão tomámos a decisão de ficar, em conjunto, como um grupo de liderança. E tomámos essa decisão com uma visão clara daquilo que temos de melhorar e da forma como queremos construir um plantel. Mas sabemos que vai levar tempo, sabemos como correu o mercado de transferências”, começou por dizer o treinador neerlandês logo depois da derrota de domingo.

“Temos de melhorar a organização. Ainda temos alguns jogadores lesionados, precisamos de tempo. Estamos todos na mesma página, a direção, o staff e os jogadores. Não tenho a preocupação de ser despedido”, acrescentou Ten Hag, antes de reconhecer que esta foi uma das piores exibições do Manchester United desde que chegou a Old Trafford. “Os primeiros 30 minutos estiveram abaixo do nível expectável de uma equipa do Manchester United. Mesmo com o golo sofrido tão cedo, tínhamos de permanecer calmos e juntos e confiar no plano. Não o fizemos”, concluiu.

Seja como for, Erik ten Hag tem alguma razão ao não estar preocupado com um eventual despedimento. De acordo com a BBC, a cúpula do Manchester United não pretende dispensar o treinador até ao fim da semana, sendo garantido que vai orientar a equipa na quinta-feira, contra o FC Porto no Dragão e em jogo a contar para a Liga Europa, mas também no domingo, em casa do Aston Villa. A partir daí, consoante os próximos dois resultados, a decisão pode naturalmente mudar.

De recordar que Erik ten Hag esteve quase a deixar Old Trafford no final da temporada passada, onde acabou por conseguir resgatar o respetivo cargo através da conquista da Taça de Inglaterra. A direção do Manchester United chegou a abordar a disponibilidade de vários treinadores — como Thomas Tuchel, Roberto De Zerbi, Mauricio Pochettino ou Thomas Frank –, mas acabou por decidir ficar com o neerlandês e renovar por mais 12 meses.

Para além de Erik ten Hag, e como já vem sendo habitual, também Bruno Fernandes foi um dos principais visados pelo descontentamento dos adeptos dos red devils. O internacional português foi expulso nos últimos minutos da primeira parte, devido a uma entrada dura sobre James Maddison, e entretanto já está a ser interpretado como “o pior capitão da história do Manchester United” nas redes sociais.