A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique disse esta segunda-feira estar “bastante preocupada” com a segurança nas zonas alvo de ataques armados na província de Cabo Delgado, pedindo meios aéreos para o transporte de agentes eleitorais e material.

“A questão da segurança preocupa-nos bastante, como tal, estamos, neste momento, a pedir meios aéreos para podermos transportar os MMV [membros das mesas de voto] que irão trabalhar nesse dia [de votação] e também aqueles materiais mais sensíveis que vão chegar faltando poucos dias para a realização das eleições”, afirmou o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica.

Cuinica falava em conferência de imprensa sobre o ponto de situação de preparação das eleições gerais de 9 de outubro.

“Nós acreditamos que vamos poder ter eleições nesses locais, tudo aquilo que está ao alcance dos órgãos eleitorais está sendo feito, esperando que as Forças de Defesa e Segurança, de facto, garantam as condições necessárias para que as eleições possam decorrer sem sobressaltos”, declarou.

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Os órgãos eleitorais, prosseguiu, estão a inspecionar os materiais de votação que serão usados nos distritos assolados pela ação armada de insurgentes.

“Baseámo-nos na segurança que nos é garantida pelas Forças de Defesa e Segurança, é isso que nós confiamos”, avançou o porta-voz da CNE.

CNE de Moçambique garante que ataque cibernético às suas páginas não comprometeu os dados da instituição

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique garantiu esta segunda-feira que o ataque cibernético às suas páginas não comprometeu os dados da instituição, que estão “em segurança”, disse hoje o órgão.

“Queríamos aproveitar este momento para informar, com profunda tristeza, que no sábado passado notámos que as páginas ‘web’ da CNE foram alvo de um ataque cibernético por pessoas mal-intencionadas”, afirmou o porta-voz daquele órgão eleitoral, Paulo Cuinica.

Cuinica falava durante uma conferência de imprensa sobre o ponto de situação da preparação das eleições gerais de 09 de outubro, cuja campanha eleitoral termina no próximo domingo, tendo admitido que “as consequências do ataque ainda estão por apurar”.

“Os órgãos eleitorais já recuperaram o controlo, estamos neste momento a trabalhar para fortalecer os mecanismos de segurança, de modo a evitar outras invasões”, declarou o porta-voz da CNE.

Paulo Cuinica avançou que os autores do ataque tentaram criar um ‘link’ usando os símbolos dos órgãos eleitorais, quando o ciberataque foi abortado, para poderem passar informações maliciosas.

“Tanto o ‘site’ dos órgãos eleitorais como a informação lá contida estão em segurança e conseguimos eliminar o ‘link’ criado pelos malfeitores”, adiantou Cuinica.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

Ações conjuntas das forças governamentais moçambicanas, do Ruanda e da África Austral permitiram a recuperação de áreas antes ocupadas pelos rebeldes e a sua expulsão das suas bases, remetendo os insurgentes a ataques esporádicos descritos pelas autoridades como sendo de busca de roubo de comida para sobrevivência.

Moçambique realiza em 9 de outubro as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, de acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições.

Concorrem à Presidência da República Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido mais representado no parlamento, e Venâncio Mondlane, ex-membro e ex-deputado da Renamo, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), movimento sem representação parlamentar.