O nome de Michael Schumacher voltou aos espaços de vários meios internacionais nos últimos dias, depois de três homens terem sido condenados após terem sido detidos na Alemanha por alegadamente terem feito chantagem com a família do antigo piloto de Fórmula 1. O principal suspeito do caso, um homem de 53 anos de Wuppertal, teria ameaçado revelar imagens e vídeos privados do germânico antes e depois do acidente que sofreu enquanto esquiava em 2013 e, segundo os procuradores, oferecera largas quantias de dinheiro a um funcionário da família. Os outros dois seriam o filho e também um antigo segurança de Schumi. Ainda assim, há mais motivos para falar do heptacampeão… e que geraram mais dúvidas do que certezas.
Gina-Maria, filha do alemão, casou no final de setembro na vila da família em Palma de Maiorca com Iain Bethke e, segundo o Bild, Michael Schumacher teria marcado presença na cerimónia, naquela que poderia ser a primeira aparição do piloto num evento desde que sofreu o acidente em 2013. Teria sido por isso, por exemplo, que todos os convidados tiveram de deixar os seus telemóveis ainda à entrada para que tudo ficasse “fechado” no espaço, levando de seguida quando deixassem o local. Ainda assim, a publicação refere que o piloto não esteve na zona se encontravam todos os convidados mas num local mais reservado.
O pedido seria uma tentativa de resguardar Schumi, que teria marcado presença numa cadeira de rodas. A confirmar-se a informação, o primeiro de dois filhos do piloto com Corinna Betsch a contrair matrimónio era o “gancho” para que Schumacher voltasse a aparecer ao pé da família (neste caso, não tão próxima) como não acontecia há 11 anos. O simbolismo era ainda maior, projetando-se que poderia ser o início de uma nova era em relação a tudo o que envolve o antigo corredor com essa premissa de serem proibidas todas as imagens sobre o que se estava a passar na villa espanhola. Também Ralf, antigo piloto e irmão de Michael, teria marcado presença com o atual companheiro, Etienne Bosquet-Cassagne, depois do afastamento de Corinna registado a seguir ao acidente que quase vitimou o antigo campeão da Fórmula 1.
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A boda na propriedade que antes pertencia ao presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, terá começado às 16h15, terminando com o “sim” cerca de meia hora depois, e houve de seguida uma festa com jantar e muita música ao vivo, neste caso de uma banda country. Iain Bethke também está ligado ao mundo do hipismo como Gina-Maria (que já ganhou competições internacionais n modalidade), tendo uma empresa de criação e treino de cavalos. Mick Schumacher, o outro filho do heptacampeão, foi com a namorada Laila Hasanovic, o que surgia como novo sinal de que existia uma intenção de “abrir” mais o cenário à família.
Entre a venda de muito património para suportar os tratamentos de milhões de euros a Michael Schumacher desde 2013 (de acordo com a imprensa germânica, serão necessários sete milhões por ano), Corinna, mulher do antigo piloto, tem feito de tudo para preservar a imagem do marido. “É claro que tenho saudades do Michael todos os dias mas não sou só eu. Os filhos, a família, o seu pai, todas as pessoas que estavam próximas dele. Todos temos saudades dele mas o Michael está aqui. De maneira diferente mas está aqui e isso faz-nos encontrar forças para continuar. O Michael sempre nos protegeu. Agora é a nossa vez de o proteger a ele”, comentou no documentário sobre o heptacampeão gravado pela Netflix.
A equipa médica, os vídeos e uma hashtag: o que se sabe de Schumacher, quatro anos depois
Pouco ou nada se sabe sobre a real condição do piloto alemão. Ainda em 2014, Philippe Streiff, também ele antigo piloto e amigo próximo, terá revelado que Michael Schumacher estava paralisado, de cadeira de rodas e sem conseguir falar. Mais recentemente, o jornal Bild escreveu que a família teria tentado uma nova terapia alternativa que tentava estimular o cérebro do germânico através de sons de motor – algo que ninguém da família confirmou. Foi mediante essas ínfimas informações que um neurocirurgião veio agora colocar em causa a possibilidade de ter mesmo marcado presença no casamento da filha, Gina-Maria.
“Se construiu um hospital em casa, com todos os cuidados médicos à sua volta, é sinal de que estará na maior parte do tempo deitado. Baseando-me na informação disponível, não creio que leve uma vida muito ativa, tudo aponta para que esteja mal. Como paciente na cama, a maioria das pessoas ficam frágeis e rígidas e depois não é possível conseguir tirá-las da cama tantos anos depois. Tudo sugere que provavelmente esteve na mesma condição na última década, duvido que algo tenha mudado nesta etapa. Há várias sequelas a nível de dano cerebral. Por exemplo, a lesão pode fazer com que o paciente não consiga falar com mais ninguém a não ser a família próxima ou que só a mesma consiga estimular para que o faça”, referiu Jussi Posti, que lidera o departamento de neurocirurgia e lesões cerebrais traumáticas do Hospital Universitário de Turku, na Finlândia, em declarações ao jornal Iltalehti citadas pela Marca.