A ilha Terceira, nos Açores, e a cidade do Porto vão ser promovidas em conjunto nos Estados Unidos da América (EUA), num pacote turístico, apresentado esta sexta-feira, que oferece “cidades património da UNESCO que a liberdade une”.

“Sentimos que aquilo que nos unia historicamente era muito e que existia um potencial muito grande aqui que podia ser explorado como um produto turístico diferenciador, único nos Açores. É a primeira vez que se faz a estruturação de um produto desta forma e tentando alavancar dois destinos, combinando aquilo que eles têm de melhor”, afirmou o presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), Marcos Couto, numa conferência de imprensa, na Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira.

A ideia surgiu na Global Exploration Summit (Glex), que este ano se realizou em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e na cidade do Porto.

As duas cidades têm em comum o facto de serem património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o papel que ambas tiveram na guerra civil entre liberais e absolutistas em Portugal, a gastronomia e o vinho.

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Foi com base nestas semelhanças que a associação empresarial e o município criaram um roteiro, para “turistas que não procuram o banal” e que querem conhecer a história das duas cidades.

O objetivo é mitigar a sazonalidade do turismo e consolidar o mercado norte-americano nos dois destinos.

“Temos o mesmo desafio que é colmatar a sazonalidade. Apesar de neste momento o mercado norte-americano ser o segundo mercado da cidade do Porto, nós queremos de facto consolidar. Nós procuramos a atração de mercados com elevado poder de compra e os Estados Unidos são sem dúvida aquele mercado que queremos consolidar”, explicou a vereadora da Câmara Municipal do Porto com o pelouro do Turismo, Catarina Santos Cunha.

A companhia aérea açoriana Azores Arlines, do grupo SATA, já ligava semanalmente a ilha Terceira a Boston e há três semanas anunciou uma rota semanal para Nova Iorque, na época baixa.

A ilha tem também seis ligações semanais ao Porto no inverno, quatro da Azores Airlines e duas da Ryanair.

Estas ligações permitem oferecer no mercado norte-americano pacotes de sete ou 14 dias de férias, divididos entre a ilha Terceira e o Porto.

Se as duas rotas dos Estados Unidos registarem 100% de ocupação, são esperados cerca de 400 turistas por semana.

O anúncio tardio do voo pode, no entanto, condicionar a taxa de ocupação, segundo Marcos Couto.

“O produto em si tem consistência, mas as ligações não têm tido. Apesar das dificuldades de um lançamento extremamente tardio de um voo como este, estamos convictos de que iremos conseguir ultrapassar essas dificuldades e trabalhar para que o voo seja um sucesso”, frisou.

O presidente da CCAH defendeu a importância de o voo ter continuidade para a consolidação dos destinos, mas não confirmou ter garantias da Azores Airlines de que manterá a rota.

“Um produto desta qualidade, com uma aposta devidamente estruturada como nunca existiu, quero acreditar que a companhia entenderá o nosso esforço”, apontou.

Também Catarina Santos Cunha sublinhou que “só a consistência traz resultados”, alegando que a operação “não pode ser uma vez no inverno”.

“Estamos fortemente empenhados em fazer deste ‘stopover’ algo que perdure não só neste inverno, mas nos próximos”, salientou.

Questionado sobre o montante envolvido na campanha, o presidente da associação empresarial não revelou valores.

“É um investimento conjunto entre Câmara do Porto e o Governo dos Açores e, neste momento, o que estamos a fazer é a fechar esse caderno”, disse.