O Prémio Nobel da Economia de 2024 foi entregue aos autores do livro “Porque Falham as Nações”, Daron Acemoglu e James A. Robinson, anunciou nesta segunda-feira a Real Academia Sueca das Ciências. Também distinguido foi Simon Johnson, outro professor do MIT que colaborou com os outros dois académicos.

Os três galardoados foram distinguidos “pelos seus estudos sobre como as instituições são formadas e como afetam a prosperidade” dos países. “Sociedades com instituições fracas e sem estados de Direito, que exploram a população, não geram crescimento nem progresso – e a pesquisa dos laureados ajuda-nos a perceber porquê”, afirma a Real Academia Sueca das Ciências.

Daron Acemoglu nasceu em 1967 na Turquia, é professor de economia no MIT (Massachusetts Institute of Technology), tal como Simon Johnson. O seu trabalho tem sido ligado à prosperidade, ao efeito das novas tecnologias no crescimento económico e no trabalho.

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Em junho o Observador entrevistou Acemoglu a respeito do mais recente livro lançado pelo economista, em associação com o (também distinguido) Johnson – Poder e Progresso, que em Portugal tem a chancela da Temas e Debates, que também lançou o best seller de Acemoglu “Porque Falham as Nações” em 2012.

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O terceiro laureado, James Robinson, é britânico mas também está ligado a uma universidade norte-americana: é diretor do Pearson Institute for the Study and Resolution of Global Conflicts, da Universidade de Chicago. Os três colaboraram, entre outros, numa pesquisa académica que investiga o desenvolvimento comparativo dos países de acordo com as suas origens coloniais.

“Reduzir as grandes diferenças entre a riqueza dos países é um dos grandes desafios do nosso tempo”, comentou Jakob Svensson, presidente da comissão que entrega este prémio, acrescentando que “os laureados demonstraram a importância de ter instituições sociais sólidas para atingir este objetivo e identificaram as raízes históricas dos ambientes institucionais fracos que caracterizam muitos países hoje considerados de baixa riqueza”.

Na conferência de imprensa de apresentação do prémio, Daron Acemoglu disse que “este é um momento em que as democracias estão a passar por uma fase difícil”. O académico acrescentou que “é crucial que as democracias recuperem a vantagem de ter uma melhor governação e uma governação mais limpa”.

Acemoglu, Robinson e Johnson vão dividir um prémio de 1,1 milhões de coroas suecas, sensivelmente um milhão de euros.

No ano passado, este prémio – o único que não é financiado pela fundação Nobel mas, sim, por um donativo do banco central sueco – foi entregue a Claudia Goldin, investigadora ligada a Harvard que se dedicou a estudar a interligação entre a participação feminina no mercado de trabalho (e as respetivas remunerações) e as várias fases de progresso económico e social.

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