O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, terá conhecido Taylor Swift num concerto da artista no Reino Unido, a 20 de agosto, após o governante e a sua família terem obtido bilhetes grátis para o espetáculo integrado na Eras Tour, digressão mundial da cantora pop. A notícia é avançada pela Sky News, que detalha que o encontro teve a duração de dez minutos, tendo o tópico principal de conversa sido o ataque com faca em Southport, durante o qual morreram três crianças que participavam uma aula de dança dedicada à cantora norte-americana.
O encontro foi descoberto pela imprensa britânica no âmbito das suspeitas levantadas em relação à atribuição da escolta policial reforçada à artista e da respetiva influência do governo em relação à mesma. Taylor Swift e sua comitiva receberam o apoio do Grupo Especial de Escolta (SEG) e de uma unidade especializada da polícia metropolitana geralmente reservada à família real e aos políticos em altos cargos.
Em setembro, já tinha sido revelado que a mulher do primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Trabalhista tinha aceitado bilhetes grátis para a The Eras Tour, não tendo declarado a oferta no registo de interesses do marido.
Questionado pelo The Guardian, esta terça-feira, o porta-voz oficial de Downing Street recusou confirmar ou desmentir se Starmer conheceu Taylor Swift no estádio de Wembley, dizendo que quaisquer reuniões seriam registadas no registo oficial do governo britânico, que é atualizado com frequência, de meses a meses.
A mesma fonte negou ainda qualquer ligação entre os bilhetes gratuitos que o primeiro-ministro e a sua família recebeu e a decisão de conceder proteção policial VIP à estrela pop enquanto esteve em Londres, remetendo a tomada de decisão para as autoridades policiais.
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Downing Street diz que a medida de proteção policial, que ocorreu já depois de a estrela pop ter cancelado três concertos em Viena após dois homens serem detidos por planear atos terroristas para os seus espetáculos, foi uma “questão operacional” gerida somente pela polícia britânica, sem intervenção do executivo, como é habitual em grandes eventos deste tipo.
No entanto, segundo o The Guardian, a decisão da polícia terá sido alterada após declarações de Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, e de Yvette Cooper, ministra da Administração Interna britânica, sobre as repercussões económicas caso os concertos de Swift em Londres fossem cancelados.
O porta-voz de Starmer rejeitou veementemente a sugestão de que o governo possa ter influenciado a decisão da polícia, recordando que, no início deste mês, o primeiro-ministro devolveu 6.000 libras (7.200 euros) em presentes e outras regalias, incluindo os bilhetes no centro da polémica. Não negou, no entanto, que o governo tivesse tido conversas com a equipa de Swift, dizendo que “conversas e diálogos” sobre questões de segurança deste tipo são completamente rotineiros.