O presidente do Instituto de Informática da Segurança Social, Sérgio de Carvalho, que foi nomeado pelo Governo em julho deste ano após o afastamento da anterior dirigente, demitiu-se do cargo alegando motivos pessoais.

A informação é confirmada pelo próprio numa publicação no Linkedin. “Por razões pessoais e inadiáveis, apresentei 6.ª feira passada a minha demissão de Presidente do Instituto de Informática (I.I.) à Srª Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que a aceitou no início da semana. Peço-vos para respeitarem o não querer falar sobre o tema”, escreveu.

Sérgio de Carvalho confirmou ao Observador que sai de funções já esta quarta-feira, agradece à ministra da Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, pelo convite para a liderança do instituto e elogia a “visão” que a governante “tem para a área”.

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Sérgio de Carvalho tinha sido nomeado em regime de substituição em julho deste ano, depois de o Governo ter afastado Paula Barrocas Salgado. Na altura, o Ministério justificou o afastamento com a “necessidade de imprimir nova orientação à gestão dos serviços” e a ministra Rosário Palma Ramalho chegou a confirmar que Paula Barrocas Salgado teria direito a indemnização (estava no cargo há mais de um ano).

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Para a substituir nomeou em regime de substituição Sérgio de Carvalho, que até então trabalhava na Deloitte Technology. O Ministério justificou a escolha, na altura, com “as condições, habilitações académicas e profissionais para desempenhar com mérito a direção de um organismo que é fundamental ao Governo para garantir a modernização dos serviços públicos e tornar o país mais inovador e competitivo”.

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O Ministério da Segurança Social também sublinhava como “fundamental” o papel do Instituto de Informática “no reforço do cruzamento de dados e no aperfeiçoamento de instrumentos já existentes, nomeadamente ao nível da articulação entre a Autoridade Tributária e Aduaneira e a Segurança Social”, assim como no processo de transição digital.

Recentemente, a Segurança Social foi notícia após alertar para um “crescente número de situações de IBAN alterados na Segurança Social Direta sem intervenção dos beneficiários titulares das contas bancárias”.

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Ao Observador, Sérgio de Carvalho refere que ainda vai ponderar sobre qual o próximo passo profissional e não aprofunda os motivos pessoais que o levam a sair. E recomenda a que quem sempre fez carreira no privado, como o próprio, “faça uma experiência no público porque é muito melhor do que imaginamos”. “Por um lado é muito pior, por outro lado é muito melhor.”

Foi fundador e CEO do Megagroup e esteve na Portugal Telecom (PT), onde desempenhou funções de direção e administração entre 2006 e 2015. É licenciado em engenharia mecânica e tem uma pós-gradução em gestão na Nova SBE.

O Ministério da Segurança Social confirma que Sérgio de Carvalho pediu a demissão com efeitos imediatos e sublinha que Rosário Palma Ramalho “agradeceu a competência, visão, empenho e profissionalismo demonstrados” durante a vigência do mandato. O Ministério não esclareceu se vai proceder a uma nomeação em regime de substituição para o cargo. Entretanto, decorre na Cresap um concurso para o cargo, pedido em julho, e que está em fase de “avaliação”.