Sebastião Bugalho, eurodeputado e recém-militante do PSD, assegura que a “ambição” para dar esse passo foi “falar ao Congresso, numa lógica de gratidão”. Ainda assim, em entrevista ao Observador, não fechou portas para o futuro: “Obviamente que estou disponível para servir o partido na campanha das autárquicas, não sendo candidato obviamente, e noutros desafios no futuro.”

Sebastião Bugalho explica que o “convite pessoal do primeiro-ministro” pesou na decisão de passar a ser militante do PSD — um anúncio feito em pleno congresso. Mais do que isso, o eurodeputado explicou que depois de ter assumido funções de vice-coordenação dos Negócios Estrangeiros no Parlamento Europeu, o PPE o convidou para ser militante — e aceitou, o que o levou a repensar a situação com o PSD. “Achei que não fazia sentido nenhum aceitar ser membro do PPE e não ser membro do PSD, ao lado de quem fiz uma campanha. Achei que seria ingrato ou injusto”, argumentou.

“Todos nós gostamos de ser reconhecidos, de ter responsabilidades, de novos desafios e estou sempre disponível para novos desafios, mas do ponto de vista do protagonismo, já fui cabeça de lista às eleições europeias com 28 anos, já tive uma grande responsabilidade pública, política e mediática muito cedo“, reconhece o eurodeputado, certo de que “a idade não limita a ambição, mas que o PSD também não limita as pessoas pela idade”.

Questionado sobre se existe uma fila geracional para sucessão de Luís Montenegro, Bugalho foi perentório: “Quem tirar essa senha corre o risco de esperar muito tempo. É cedo para formar essa fila.”

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E foi mais longe para comparar o partido no qual acaba de se filiar ao PS e à forma como a sucessão de Costa aconteceu. “Temos a obrigação de ter percebido, pelo modo como o Governo da maioria absoluta de António Costa se desfez, que é um erro para um partido de Governo transformar-se numa competição de maratona para ver quem chega primeiro no lugar que ainda é do chefe”, explicou.

Aos olhos de Bugalho, António Costa “transformou o seu Governo num jardim de sucessores e o seu partido numa competição bastante acesa e pouco saudável para ver com quem ficava precocemente com o lugar de secretário-geral”.

Sobre eleições presidenciais, Sebastião Bugalho defendeu que “um partido responsável não pode atirar ao ar nomes sem nenhum deles se assumir” como candidato. “É que é certo fazer é esperar que um candidato ou que os candidatos se assumam para se poder escolher aquele que é o melhor. Se caíssemos na tentação de atirar nomes ao ar sem nenhum deles se apresentar como candidato iríamos estar a fragilizar a força do PSD para ganhar essa eleição”, considera o eurodeputado.