A campanha de Donald Trump apresentou queixa contra o Partido Trabalhista inglês depois de cerca de 100 membros do Labour terem viajado para vários estados norte-americanos para ajudar a campanha de Kamala Harris, avança o Politico. A queixa foi apresentada na Comissão Eleitoral Federal.
Em causa está uma publicação no Linkedin (entretanto apagada) e feita na semana passada, em que a diretora de operações do Partido Trabalhista, Sofia Patel, anuncia que 100 antigos e atuais funcionários do partido serão enviados para os chamados estados-batalha para fazerem campanha por Harris. Em três dos quatro estados referidos no post (Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia), o ex-presidente Donald Trump e a atual vice-presidente Kamala Harris estão muito próximos nas intenções de voto para as próximas eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro.
???? NEW: Nearly 100 current and former Labour Party staff are going to battleground states in the US election to campaign for Kamala Harris, with the party offering to ‘sort your housing’ pic.twitter.com/12EBTkuNL5
— Politics UK (@PolitlcsUK) October 17, 2024
A campanha de Donald Trump alega que a iniciativa do Labour viola a lei eleitoral norte-americana, que estipula que os voluntários estrangeiros que participem nas campanhas não podem gastar mais de mil dólares (cerca de 930 euros) no apoio aos candidatos. “Aqueles que procuram interferência estrangeira nas nossas eleições não precisam procurar mais do que [o] post do LinkedIn”, pode ler-se a carta, do advogado de campanha de Trump. “A interferência está a acontecer à vista de todos“, defende Gary Lawkowski, pedindo que a Comissão Eleitoral Federal abra uma investigação ao caso.
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O advogado de Trump ainda ironizou, fazendo referência à guerra pela independência dos EUA do domínio britânico, no final do século XVIII. “A semana passada marcou o 243.º aniversário da rendição das forças britânicas na Batalha de Yorktown, uma vitória militar que garantiu que os Estados Unidos fossem politicamente independentes da Grã-Bretanha. Parece que o Partido Trabalhista e a campanha de Harris esqueceram a mensagem”, escreveu.
Na resposta, o Partido Trabalhista inglês negou a acusação de estar a interferir na campanha, rejeitou qualquer ilegalidade e garantiu que os funcionários do partido que se desloquem aos Estados Unidos o fazem somente a título pessoal — o que é contestado pela campanha de Trump, que defende que o Labour ajudou os seus funcionários com o alojamento em território americano.
Confrontado pela polémica durante uma longa viagem a Samoa, para participar num evento da Commonwealth, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, garantiu que os membros do partido “têm participado em praticamente todas as eleições” norte-americanas e que a polémica não vai afetar as relações com Donald Trump, com quem teve recentemente um “diálogo construtivo” durante um jantar.