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"What We Do In The Shadows" vai acabar. Será que lhe demos toda a atenção que merece?

Tem piada, tem coração e tem bom ritmo. E é uma série com algo refrescante: um descomplexado regresso à parvoíce. A sexta e última temporada estreia-se agora. Ainda vamos a tempo de a adorar.

Esta é uma série em formato "mockumentary" em que seguimos um grupo de vampiros que enfrentam frequentemente conflitos com o mundo moderno, com os vizinhos, outros seres sobrenaturais ou simplesmente entre eles (já que vivem juntos há séculos)
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Esta é uma série em formato "mockumentary" em que seguimos um grupo de vampiros que enfrentam frequentemente conflitos com o mundo moderno, com os vizinhos, outros seres sobrenaturais ou simplesmente entre eles (já que vivem juntos há séculos)

Esta é uma série em formato "mockumentary" em que seguimos um grupo de vampiros que enfrentam frequentemente conflitos com o mundo moderno, com os vizinhos, outros seres sobrenaturais ou simplesmente entre eles (já que vivem juntos há séculos)

A superabundância da era do streaming às vezes deixa a sensação de que andamos todos a ver as mesmas coisas. Aquela comédia da loira e do rabi, aquela série sobre os irmãos que limparam o canastro aos pais, aquele filme com aquela atriz que antes entrava em tudo e agora tem de se sujeitar a estas estopadas. Mas às vezes ainda aparecem séries com várias temporadas que não são vistas por toda a gente, mas são vistas com particulares ganas por quem as encontra. Anda tudo a ver o The Bear? Bom, se andarem para o lado nos menus da Disney Plus encontram talvez a melhor comédia atualmente em exibição. Chama-se What We Do In The Shadows e chega agora a sexta e última temporada, com 11 episódios (a partir desta quinta-feira, dia 24).

Em estilo mockumentary (um falso documentário para efeito cómico, com depoimentos para a câmara), What We Do In The Shadows lembra assim a estética e até o tipo de humor de The Office, Parks And Recreation ou até mesmo Modern Family, mas juntando-lhe uma carta fora do baralho: vampiros. Bem sabemos, houve ali uma altura por volta de 2008 em que à boleia do livro (e filme) do Twilight tudo parecia ter caninos afiados, mas aqui a abordagem é bem mais fresca e original. Menos glitter, mais folhos; menos olhares intensos, mais tiradas inconvenientes; menos tesão juvenil, mais um casal junto há (literalmente) séculos que ainda alinha em orgias desvairadas. A série foi criada por Jemaine Clement (uma das metades do duo musical de humor Flight Of The Conchords) e é baseada num filme neozelandês de 2014 escrito por este e pelo realizador Taika Waititi (autor de Jojo Rabbit e Thor: Ragnarok, por exemplo).

[o trailer de “What We Do In The Shadows”:]

Aqui, os vampiros Nandor (de cognome O Impiedoso, um grande guerreiro e conquistador do Império Otomano), Laszlo e Nadja (estes últimos o tal casal), juntamente com o vampiro sugador de energia (com ar de contabilista aborrecido) Colin Robinson, partilham casa na Staten Island dos dias de hoje. A decrépita mansão é mantida pelo familiar de Nandor, Guillermo (em folclore e ficção sobre vampiros, um familiar é um humano, ou por vezes um animal, que serve um vampiro em troca de proteção e favores sobrenaturais). Os vampiros enfrentam frequentemente conflitos com o mundo moderno, com os vizinhos, outros seres sobrenaturais ou simplesmente entre si (vivem juntos há séculos). Isto enquanto Guillermo se esforça para equilibrar a sua lealdade a Nandor com o seu desejo de se tornar vampiro, complicando-se quando descobre ser descendente do caçador de vampiros Van Helsing.

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[Já saiu o quarto episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo e aqui o terceiro.]

What We Do In The Shaddows não tem atores particularmente famosos (Clement e Waititi fazem uma perninha num ou outro episódio), mas tem um elenco em pico de forma na arte de fazer comédia. Se isso fosse verdadeiramente valorizado nos prémios do meio, seriam eles a vencer estatuetas de representação em vez de dramas camuflados de comédia pelo sarcasmo e pela conveniência (foram nomeados para Melhor Série de Comédia nos Globos de Ouro, mas sem grandes hipóteses de vencer). Conta com Kayvan Novak (Four Lions; Syriana) como Nandor; o sempre maravilhoso Matt Berry (The IT Crowd; Toast Of London) como Laszlo; Natasia Demetriou (Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga) como Nadja; Mark Proksch (Better Call Saul; Exploding Kittens) como Colin Robinson; e Harvey Guillén (The Garfield Movie) como Guillermo.

Esta é uma trama de equívocos entre personagens desgovernadas, que sabe quando deve apelar aos erros mais humanos e quando deve usar a carta do sobrenatural

No final da Temporada 5, vimos o familiar Guillermo a abdicar do seu tão esperado estatuto de vampiro. Na Temporada 6, podemos esperar vê-lo lidar com a procura de um novo propósito de vida, deixando a casa dos vampiros para arranjar um emprego mais tradicional. Entretanto, iremos conhecer um colega de casa há muito esquecido, Jerry, acabado de acordar de um “super sono” de 50 anos. Com os vampiros a enfrentarem o seu próprio desespero existencial após perceberem que não concretizaram muito durante a ausência de Jerry, eles também irão experimentar trabalhos típicos das 9 às 5.

What We Do In The Shadows tem piada, tem coração, tem bom ritmo. Mas, acima de tudo, tem algo refrescante na televisão atual: um descomplexado regresso à parvoíce. Não se leva demasiado a sério e, por isso, tem a liberdade de perguntar em todos os segundos da ação “o que é que tinha mesmo graça acontecer agora?”. É uma trama de equívocos entre personagens desgovernadas, que sabe quando deve apelar aos erros mais humanos e quando deve usar a carta do sobrenatural. Tem autênticas pepitas de ouro espalhadas aqui e ali, em forma de frases ou trivia que os fãs trocam entre si nos momentos em que encontram alguém que também ande a ver a série. Somos (relativamente) poucos, mas somos muito felizes. Alistem-se, pá.

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