Ricardo Serrano Vieira, advogado de agente da PSP que baleou Odair Moniz, considera que, “numa primeira análise, tudo indica” que este seja um caso de “legítima defesa”.

Em entrevista à SIC Notícias, o advogado apresentou as condolências à família de Odair Moniz, de 43 anos, e lembrou que “continua a existir em Portugal, também no caso destes senhores agentes, a presunção de inocência”.

Cova da Moura. A história da morte de Odair contada por quem estava à janela

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O advogado não concretiza se Odair Moniz empunhou ou não uma arma branca, como constou do primeiro comunicado da PSP sobre a morte na Cova da Moura. “Estamos no momento em que segredo de Justiça e o segredo profissional imperam, posso apenas dizer que a informação que consta numa peça processual muito precisa, que é o auto de notícia, vai ao encontro da informação dada pela direção nacional”, disse o advogado, que ainda não teve acesso a todo o processo.

PSP insiste que os agentes envolvidos na morte de Odair Moniz terão sido ameaçados com uma arma branca

“A avaliação do que aconteceu naquele momento só pode ser feita depois de reunidos um conjunto de elementos probatórios”, continuou. “Parece-me que será igual a outros casos que já tivemos e que podem apontar para eventual exclusão, ou seja, legítima defesa.” Segundo o advogado, foram disparados quatro tiros naquela madrugada na Cova da Moura: “dois para o ar e dois infelizmente para a vítima”.

[Já saiu o quinto e último episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo, aqui o terceiro e aqui o quarto episódio .]

O seu cliente, de 27 anos, que baleou Odair Moniz, era o agente mais velho da dupla. O outro elemento, menos experiente, terá cerca de 21 anos. O advogado contesta o facto de o cliente ter sido “interrogado pela Polícia Judiciária sem presença de advogado”.

Na SIC Notícias, o advogado de defesa do agente considerou que o homem, que está de baixa após o acontecimento, “tem a experiência de agente da autoridade que trabalha na periferia de Lisboa” e que trabalhava há “dois anos na esquadra da Damaia”. O agente trabalha “há cerca de cinco anos” e “tem experiência mais do que suficiente para ser agente da autoridade”.

Homenagem a Odair. Mais de uma centena de pessoas em vigília no Bairro do Zambujal por homem baleado pela PSP