Ricardo Serrano Vieira, advogado de agente da PSP que baleou Odair Moniz, considera que, “numa primeira análise, tudo indica” que este seja um caso de “legítima defesa”.
Em entrevista à SIC Notícias, o advogado apresentou as condolências à família de Odair Moniz, de 43 anos, e lembrou que “continua a existir em Portugal, também no caso destes senhores agentes, a presunção de inocência”.
Cova da Moura. A história da morte de Odair contada por quem estava à janela
O advogado não concretiza se Odair Moniz empunhou ou não uma arma branca, como constou do primeiro comunicado da PSP sobre a morte na Cova da Moura. “Estamos no momento em que segredo de Justiça e o segredo profissional imperam, posso apenas dizer que a informação que consta numa peça processual muito precisa, que é o auto de notícia, vai ao encontro da informação dada pela direção nacional”, disse o advogado, que ainda não teve acesso a todo o processo.
“A avaliação do que aconteceu naquele momento só pode ser feita depois de reunidos um conjunto de elementos probatórios”, continuou. “Parece-me que será igual a outros casos que já tivemos e que podem apontar para eventual exclusão, ou seja, legítima defesa.” Segundo o advogado, foram disparados quatro tiros naquela madrugada na Cova da Moura: “dois para o ar e dois infelizmente para a vítima”.
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O seu cliente, de 27 anos, que baleou Odair Moniz, era o agente mais velho da dupla. O outro elemento, menos experiente, terá cerca de 21 anos. O advogado contesta o facto de o cliente ter sido “interrogado pela Polícia Judiciária sem presença de advogado”.
Na SIC Notícias, o advogado de defesa do agente considerou que o homem, que está de baixa após o acontecimento, “tem a experiência de agente da autoridade que trabalha na periferia de Lisboa” e que trabalhava há “dois anos na esquadra da Damaia”. O agente trabalha “há cerca de cinco anos” e “tem experiência mais do que suficiente para ser agente da autoridade”.