Siga aqui o liveblog do conflito israelo-palestiniano
A relatora da ONU para os territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, acusou esta terça-feira Israel de querer “erradicar os palestinianos” através de um “genocídio”, sem falar pela organização.
Citada pela AFP, a controversa especialista, mandatada pelo Conselho dos Direitos do Homem, afirmou sem falar em nome da ONU que “o genocídio da população palestiniana parece ser o meio para atingir um fim: a completa expulsão ou erradicação dos palestinianos da terra à qual está ligada uma parte tão essencial da sua identidade e que é ilegal e abertamente cobiçada por Israel”.
Questionada pela agência, a embaixada israelita na ONU em Genebra não comentou as novas acusações de Albanese, que considerou “o genocídio em Gaza a história de uma tragédia anunciada que ameaça alastrar-se a outros palestinianos sob autoridade israelita”.
A responsável alegou que “a prossecução do objetivo da ‘Grande Israel’ ameaça eliminar a população palestiniana autóctone”, argumentando que tanto declarações como ações dos líderes de Israel traduzem uma “intenção e um curso de ação genocidas”.
Esses líderes têm invocado a “história bíblica de Amaleque para justificar o extermínio dos ‘habitantes de Gaza’ (…) tornando assim os palestinianos como um todo alvos legítimos”, defendeu a jurista italiana nas conclusões do seu relatório.
O conflito em Gaza foi desencadeado em 7 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, enquanto cerca de 250 foram feitas reféns e levadas para Gaza.
Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza que já deixou mais de 42 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.
A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde setembro um forte ataque contra o Hezbollah.
Francesca Albanese, relatora desde a primavera de 2022 e impedida de se deslocar aos territórios palestinianos ocupados por Israel tem sido muito critica por responsáveis israelitas que a acusam de antissemitismo e de minimizar o atentado de outubro.
A italiana nega, afirmando que criticar ações e políticas de Israel não torna as pessoas antissemitas.