A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) recebeu 10 pedidos de adesão ao programa de rescisões com reformas antecipadas, anunciou esta terça-feira Rosário da Palma Ramalho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O plano de reestruturação da entidade pretende uma redução líquida (entre entradas e saídas) do número de trabalhadores, entre 2024 e 2025, de pouco mais de 200. Um dos mecanismos de saída é através de pré-reformas. Conforme divulgado pelo Observador, o programa de pré-reformas tem como destinatários os trabalhadores mais próximos da idade de reforma, que prevê que permaneçam na instituição a tempo parcial. Mais de 1.800 dos cerca de 6.000 colaboradores da Santa Casa têm 55 anos ou mais.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tinha, no final de 2023, cerca de 6.014 colaboradores e pretende chegar ao próximo ano com 5.807. Este ano, vão atingir a idade de reforma mais 86 colaboradores, número que sobe para 94 no próximo ano.
Em audição no Parlamento, no debate sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2025, a governante não recebeu muitas perguntas sobre a SCML que está noutra sala na Assembleia da República no âmbito da comissão de inquérito parlamentar.
No entanto ainda disse que o plano de reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está com uma taxa de execução de cerca de 30%.
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O plano tem cerca de 100 medidas no total e vários programas para três anos, incluindo a redução de custos, a otimização dos espaços, um programa de eficiência operacional que vai significar programas de reformas antecipadas, racionalização da estrutural orgânica e um “desinvestimento controlado” no Brasil, assim como reforço do investimento nos jogos sociais. Rosário Palma Ramalho acusa a anterior mesa da SCML que, nas suas palavras, “estava a ser gerida como se tudo estivesse bem”.
Quando chegou ao ministério, a titular da pasta mudou a mesa. Exonerou Ana Jorge e nomeou Paulo Sousa para o seu lugar, que foi já quem elaborou o plano de reestruturação que pareceu “muitíssimo sério” à tutela.
O plano, acrescenta, “tem uma verificação de execução dia a dia, medida a medida”. E é na monitorização que se conclui que neste momento a taxa de execução é de cerca de 30%. “O ponto que partimos é muito complexo, obviamente que há muito caminho a percorrer”.