Antonio Tarazona, a mulher Lourdes María García e a filha de três meses vivem em Paiporta, nos subúrbios de Valência. Devido à intensidade da chuva e do aumento do nível da água ao seu redor, decidiram fugir para Valência e entraram no carro ao início da noite desta terça-feira. Não conseguiram. “O carro começou a boiar. Conseguimos ancorá-lo a um sinal, tentei descer pela janela. A altura da água era de um metro e meio, e a força era brutal”, relatou o homem de 59 anos ao El País.
Após terem estado durante horas desaparecidas, na noite desta quarta-feira, uma das amigas de Lourdes María García comunicou nas redes sociais, segundo a imprensa espanhola, que as duas “apareceram mortas” e que a polícia as localizou graças à difusão do caso nas redes sociais.
Por sua vez, Antonio Tarazona conseguiu fugir do carro e agarrou-se a um ferro até ser salvo pelas equipas de resgate, enquanto a mulher foi para cima do tejadilho, juntamente com a filha de três meses. Antonio Tarazona ainda tentou salvá-las, mas não conseguiu. “A corrente começou a arrastar o carro para baixo e o última coisa que vi foi como pediam ajuda desde o tejadilho”, lamenta.
O El Mundo falou com Clara Andrés, amiga de Lourdes María García. As duas falaram ao telefone quando a mulher de Antonio Tarazona estava em cima do tejadilho do carro. “Disse-me que ia resistir tudo o que pudesse e que, por favor, cuidasse dos seus outros dois filhos”, contou, descrevendo que a amiga tentava resistir a uma “corrente infernal”.
Desde essa chamada telefónica com Clara Andrés, nunca mais se soube nada de Lourdes María García e da bebé. Mesmo com as buscas a ocorrerem, Antonio Tarazona. que ficou ferido no joelho, já não se mostrava otimista: “É muito complicado, uma bebé de três meses nesse cenário”.
Artigo atualizado às 22h52 com a morte da bebé e da mãe