O ex-ministro das Finanças Luís Campos e Cunha alerta que o PS vai “caminhar para irrelevância” sob a liderança de Pedro Nuno Santos, que acusa de não ser confiável. Em declarações à Rádio Observador, o ex-ministro socialista deu o exemplo das polémicas declarações do agora secretário-geral do PS sobre a dívida pública, feitas em 2011.

“Houve uma baixa histórica do nosso endividamento. Que põe em causa pessoas como Pedro Nuno Santos, que pugnava para que não pagássemos a dívida, com total irresponsabilidade e completo desconhecimento do assunto. Um garotice irresponsável. Não confio em Pedro Nuno Santos“, disse o ex-ministro das Finanças, que exerceu funções durante escassos quatro meses, em 2005, no primeiro governo de José Sócrates.

Campos e Cunha. “Não confio em Pedro Nuno Santos”

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Luís Campos e Cunha deu outro exemplo do que diz ser a irresponsabilidade da atual direção do PS: a votação de propostas com impacto orçamental em conjunto com o Chega. Questionado sobre a possibilidade de os dois partidos aprovarem, na fase de discussão da especialidade do Orçamento de Estado, propostas em conjunto contra a vontade dos partidos do Governo, Campos e Cunha disse que não seria surpreendente que tal acontecesse, até porque “não seria a primeira vez que o PS e o Chega votariam propostas no mesmo sentido, com propostas irresponsáveis”.

Propostas, sublinhou, que “o PS de há um ano atrás tinha dito que não votaria, como o caso das portagens das antigas SCUT”.

Para Campos e Cunha, Pedro Nuno Santos “está a transformar o Partido Socialista numa espécie de Bloco de Esquerda”, fazendo o partido “caminhar para irrelevância se continuar assim”. O ex-ministro espera que “outras forças”, como Sérgio Sousa Pinto, Álvaro Beleza ou Francisco Assis “(que fazem parte de grupo que vem na sequência de Mário Soares) volte ao de cima, já que não alimentaria este tipo de irresponsabilidades da atual direção do Partido Socialista”.