A edição finlandesa de “Mediterrâneo”, de João Luís Barreto Guimarães, recebeu esta quinta-feira, em Helsínquia, o Prémio de Poesia Tanssiva Karhu, de melhor livro estrangeiro do ano publicado na Finlândia, anunciou a Quetzal, editora portuguesa do escritor.
Editado na Finlândia em 2023 com o título “Välimeri” pela Ennostone, “Mediterrâneo” foi distinguido na tradução de Tarja Härkönen, responsável pela publicação no seu país de autores de língua portuguesa como Clarice Lispector e José Luís Peixoto, e de expressão castelhana como António Muñoz Molina e Baltazar Gracián.
A atribuição do Prémio Tanssiva Karhu à versão finlandesa do livro de Barreto Guimarães acontece um mês após a publicação do novo livro do escritor, “Claridade“, e duas semanas depois de lhe ter sido atribuído o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores – António Ramos Rosa, por “Aberto Todos os Dias”, de 2023.
João Luís Barreto Guimarães, poeta, tradutor e médico, nasceu no Porto em junho de 1967, publicou o seu primeiro livro em 1989 (“Há violinos na tribo“), e foi Prémio Pessoa em 2022.
Com “Mediterrâneo” conquistou o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa em 2017. Esta obra – recorda a Quetzal – foi traduzida e publicada em Espanha, França, Grécia, Egito, Polónia, Chéquia, Sérvia, Finlândia e Itália, onde foi finalista do Prémio Internacional Camaiori, e nos Estados Unidos, onde conquistou o prémio de poesia Willow Run.
O Prémio de Poesia Tanssiva Karhu foi criado em 1994, no âmbito da rádio pública finlandesa, quando o Prémio Nacional de Literatura do país passou apenas a distinguir obras de ficção. Atualmente tem o apoio da associação de poesia Runousyhdistys Karhu, fundada pelo escritor Markus Leikola, e distingue autores nórdicos e traduções de poesia publicadas na Finlândia.
O nome do prémio, Tanssiva Karhu (“urso dançante”), tem origem num poema da escritora finlandesa Marja-Leena Mikkolae e no seu poema “Menina e urso dançante“. Os vencedores são anunciados durante a Feira do Livro Turku.
Na categoria de livro estrangeiro, que esta quinta-feira distinguiu Barreto Guimarães, o prémio foi já atribuído a traduções de obras do sueco Tomas Tranströmer e do irlandês Seamus Heaney, dois prémios Nobel da Literatura. Em 2001, foi premiada a antologia de Fernando Pessoa de título “Eu não sou sempre o mesmo” (“En minä aina ole sama”), traduzida por Pentti Saaritsa.