A cidade de Maputo registou este sábado, pelo segundo dia consecutivo, confrontos entre apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, com a polícia a intervir, lançando gás lacrimogéneo para dispersar.

Uma dessas situações ocorreu pela tarde, na avenida Acordos de Lusaka, que dá acesso no centro da cidade ao aeroporto internacional de Maputo, com um grupo de manifestantes a ocupar a via, marchando, um protesto que foi travado pela polícia, nomeadamente a Unidade de Intervenção Rápida (UIR), com recurso a um blindado e outros meios.

Após o lançamento de gás lacrimogéneo, seguiram-se alguns tumultos na via, arremesso de objetos e pelo menos um pneu colocado a arder na via de circulação, enquanto dezenas de elementos da UIR se posicionavam entre o bairro e a avenida, para permitir a circulação automóvel, apesar de caixotes do lixo, pedras e outros objetos espalhados.

Pelo segundo dia consecutivo, o centro da cidade de Maputo teve a generalidade dos estabelecimentos privados e públicos encerrados, embora hoje com maior número de pessoas e transportes públicos a circular na capital moçambicana, mas com os grandes supermercados novamente de portas fechadas.

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A polícia moçambicana enviou na madrugada de quinta-feira, primeiro dia dos sete de paralisação convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, mensagens escritas para os telemóveis (SMS) pedindo à população que se abstenha de “práticas criminosas”.

Hoje, pelo segundo dia consecutivo, o acesso a várias plataformas de redes sociais, através de Internet de operadores moveis, apresenta limitações, pelo menos em Maputo.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou a uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, a partir de 31 de outubro, e marchas em Maputo em 07 de novembro.

Mondlane designou esta como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 09 de outubro anunciados há uma semana pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que se segue aos protestos realizados nos passados dias 21, 24 e 25.

Os protestos degeneraram em confrontos com a polícia, de que resultaram pelo menos 10 mortos, dezenas de feridos e 500 detidos, segundo o Centro de Integridade Pública, uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais.

A CNE anunciou em 24 de outubro a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde 1975, na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos.