Com quase 100% dos votos contabilizados, a Presidente moldava Maia Sandu foi reeleita para um mandato de mais quatro anos. Na segunda volta das eleições presidenciais na Moldávia este domingo, a atual Chefe de Estado, pró-Ocidente e a favor da entrada do país na União Europeia (UE), angaria 55,3% dos votos, contra 44,7% do candidato pró-russo, Alexandr Stoianoglo.

No discurso em que declara vitória, Maia Sandu diz que a Moldávia saiu “vitoriosa”. “Queridos moldavos, vocês ofereceram uma lição de democracia digna de ser escrita nos livros de História. Na nossa escolha por um futuro digno, ninguém perdeu. A liberdade, a verdade e a justiça venceram”.

Os resultados estão a ser, contudo, contestados pela oposição. O Partido Socialista da República da Moldávia, que apoiou Alexandr Stoianoglo, declarou que Maia Sandu é uma “Presidente ilegítima” reconhecida “apenas pelos seus patrocinadores e apoiantes no exterior”: “As pessoas moldavas sentem-se traídas e roubadas”.

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Durante a contagem, o candidato da oposição esteve à frente até serem contabilizados 90% dos votos. Só na reta final da contagem é que Maia Sandu superou Alexandr Stoianoglo. O motivo? Os votos dos círculos eleitorais no estrangeiro demoram mais a ser contabilizados — e a Presidente moldava é bastante popular entre a diáspora do país.

Nos votos dos círculos eleitorais no estrangeiro, Maia Sandu obtém 80,5% dos votos. A Presidente consegue também bons resultados na capital Chișinău. No entanto, Alexandr Stoianoglo obteve um resultado expressivo nas regiões ligadas historicamente à Rússia, como a Transnístria. Nesta zona, o candidato pró-russo obteve mais de 79% dos votos.

A provável reeleição de Maia Sandu significará que Chișinău vai continuar o caminho rumo à União Europeia; aliás, o país obteve o estatuto de país candidato em junho de 2022. Simultaneamente, significa que a Moldávia, na fronteira com a Ucrânia, se afasta inevitavelmente da Rússia, país que ainda tem alguma influência na cena política moldava.

Além da primeira volta das presidenciais, que Maia Sandu também venceu a 20 de outubro, houve um referendo para determinar se a população estava a favor de uma alteração na Constituição que possibilite a adesão à União Europeia. Ainda que de forma bastante renhida (50,4%), os moldavos votaram a favor na entrada no bloco comunitário. Contudo, o referendo ficou marcado por acusações de fraude por parte da Presidente.

Líderes europeus congratulam Maia Sandu

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi una das primeiras líderes a saudar a vitória de Maia Sandu. No X, a dirigente alemã elogiou a Presidente pela “força” demonstrada a “ultrapassar os desafios nesta eleição”, referindo-se às tentativas de interferência de por parte da Rússia nas eleições. “Estou satisfeita por trabalhar consigo rumo a um futuro europeu para a Moldávia e para o seu povo.”

De igual modo, a presidente do Parlamento Europeu celebrou a vitória de Maia Sandu. Roberta Metsola escreveu no X que a Presidente “demonstrou coragem e liderança extraordinárias”: “A Europa vai continuar a apoiar a Moldávia na sua viagem”.

Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, congratulou a homóloga moldava. “Gostaria de congratular Maia Sandu pela sua reeleição como Presidente da Moldávia”, escreve no X, acrescentando que a “democracia triunfou face a todas as inteferências e manobras”. “França vai continuar a apoiar a Moldávia no caminho europeu.”

Também o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou Maia Sandu pela sua reeleição como Presidente da República da Moldova, considerando que foi um “resultado histórico”, pela democracia, pela liberdade e pela integração europeia.

De acordo com nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa “transmitiu à Presidente Maia Sandu calorosas felicitações pela sua reeleição como Presidente da República da Moldova”.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que esta noite contactou a Presidente reeleita, congratula-se com este resultado histórico, que reflete a vontade do povo moldavo de permanecer firmemente no caminho da democracia, da liberdade e da integração na União Europeia”, lê-se na mesma nota.