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“O Hamas recusou-se novamente a libertar reféns, mesmo um número limitado, para assegurar um cessar-fogo e o alívio para as pessoas em Gaza”. Foram estas as declarações do Secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Antony Blinken, depois de ter conversado esta segunda-feira sobre o estado atual do conflito israelo-palestiniano com o seu homólogo do Egito, Badr Abdelatty, e com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA revelou os detalhes deste diálogo entre os chefes da diplomacia dos dois países, momento durante o qual discutiram o futuro de Gaza e do Líbano e o estado das negociações para um cessar-fogo. Ao sublinhar a posição do Hamas sobre a libertação dos reféns detidos em Gaza, Blinken fez menção à proposta apresentada pelo Egito no passado dia 28 de outubro, que tinha em vista um cessar-fogo temporário para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave, com o objetivo de, posteriormente, se poder alcançar uma resolução permanente.
A proposta, sugerida no Cairo e discutida em Doha, no Qatar, ao lado de uma delegação qatari e norte-americana, foi rejeitada tanto pelo Hamas como por Israel, que admitiu não estar interessado numa opção temporária. Segundo Benjamin Netanyahu, “as negociações só terão lugar debaixo de fogo”. As 48 horas de cessar-fogo em Gaza acompanhadas pela troca de quatro reféns israelitas por um grupo de prisioneiros palestinianos foi categoricamente recusada por ambos os lados, mas a posição do Hamas, que primeiramente se tinha apresentado “disposto a ouvir novas propostas”, ainda não tinha sido confirmada.
Esta discussão com Abdelatty teve o objetivo de “discutir a importância de estabelecer um caminho para um período pós-guerra que forneça estabilidade, segurança e reconstrução” para a região. Para Blinken, o fim do conflito é crucial, “tal como a libertação de todos os reféns e o aumento da ajuda humanitária em Gaza”.
O Secretário de Estado norte-americano tem sido extremamente vocal sobre as “condições humanitárias deploráveis” no enclave, algo que reforçou numa conversa com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, também esta segunda-feira. Antony Blinken voltou a olhar para as medidas já implementadas pelas autoridades israelitas para abordar a situação em causa, e apelou a Gallant que “tomasse novas ações para aumentar substancialmente e manter o apoio humanitário para todos os civis em Gaza — incluindo comida, medicamentos e outros bens essenciais”.
Ainda esta segunda-feira surgiu um novo balanço da agência de defesa civil de Gaza, citado pela Al Jazeera, referindo as condições severas no norte de Gaza, região em que as forças israelitas lançaram uma incursão militar há cerca de um mês, causando mais de 1.300 mortos. “Existe um bloqueio de medicamentos, água e comida”, afirmou o porta-voz da agência, indicando que os profissionais de saúde e os hospitais na região estão “fora de serviço” há 13 dias consecutivos.
Para além da situação em Gaza, estas duas reuniões de Blinken também viram a situação do Líbano na agenda de tópicos a abordar. “Discutiram os esforços necessários para promover uma resolução diplomática que permita o regresso em segurança de civis até às suas casas”, lê-se em ambos os comunicados.