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Nuno Miguel Silva Duarte é o vencedor do prémio Leya 2024, com o livro Pés de Barro. O anúncio foi feito esta quarta-feira, na sede do grupo editorial. A decisão foi tomada pelo júri presidido por Manuel Alegre. O escritor sucede assim a Victor Vidal, distinguido no ano passado por Não Há Pássaros Aqui.

Nas palavras do júri: “Pés de Barro tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e nos um retrato do Portugal dos anos sessenta. Por um lado, a formação de um exército proletário para a construção da ponte, por outro as primeiras partidas do exército para a guerra colonial. Obra que atualiza a tradição do romance político-social, Pés de Barro polariza o seu realismo histórico no quotidiano de um pátio em Alcântara e nas razões de viver dos que nele se acolhem. Através de movimentos com diferentes horizontes de sentido para concretizar esse signo de logro de desastre em que a ponte se construiu, Pés de Barro encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de Abril”.

Nuno Miguel Silva Duarte nasceu em Sintra, é “publicitário há quase trinta anos e talvez escritor nas horas vagas”. Ao saber qeu tinha vencido o prémio, a reacão do autor “foi de choque e genuína surpresa”, sendo que pediu “alguns momentos para se recompor” após a chamada de Manuel Alegre, afirmou o diretor geral de edições da Leya, Pedro Sobral.

O prémio Leya, no valor de 50 mil euros, é atribuído desde 2008, para distinguir um romance inédito e em português. Estes são os autores e livros distinguidos até agora:

  • O Rastro do Jaguar, Murilo Carvalho– 2008
  • O Olho de Hertzog, João Paulo Borges Coelho – 2009
  • O Teu Rosto Será o Último, João Ricardo Pedro – 2011
  • Debaixo de Algum Céu, Nuno Camarneiro – 2012
  • Uma Outra Voz, Gabriela Ruivo Trindade – 2013
  • O Meu Irmão, Afonso Reis Cabral – 2014
  • O Coro dos Defuntos, António Tavares – 2015
  • Os Loucos da Rua Mazur, João Pinto Coelho – 2017
  • Torto Arado, Itamar Vieira Junior – 2018
  • As Pessoas Invisíveis, José Carlos Barros – 2021
  • A Arte de Driblar Destinos, Celso Costa – 2022
  • Não há Pássaros Aqui, Victor Vidal – 2023

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