Tiago Mayan apresentou a demissão da presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, uma das sete freguesias do município do Porto, avançou o Jornal de Notícias e confirmou o Observador. O liberal está a repensar a recandidatura à liderança da Iniciativa Liberal e, numa carta enviada aos subscritores do movimento Unidos pelo Liberalismo, considera que este momento significa a “abertura de um novo ciclo”.

Na ata da reunião a que o Observador teve acesso, datada de 4 de novembro, a pedido do júri do Fundo do Apoio Associativo, que tinha notado irregularidades, é referida a existência de “um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa”. “Nesta reunião, sendo confrontado com o referido documento, foi solicitado o esclarecimento, tendo o presidente da UF [União de Freguesias] confirmado que foi ele que elaborou o documento e colocou as assinaturas, atribuindo a si próprio tal responsabilidade, isentando de qualquer culpa todos os restantes membros do seu executivo e colaboradores”, pode ler-se no documento.

No documento que enviou aos subscritores do movimento Unidos pelo Liberalismo, que liderava até aqui, Mayan Gonçalves deu conta do sucedido e justificou-se. “Venho por este meio comunicar-vos que, por considerar não estarem reunidas as condições pessoas para continuar a exercer o meu cargo de presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, tomei uma decisão bastante ponderada de dele abdicar“, começou por escrever.

Nessa sequência foi mais longe para se distanciar do lugar de liderança que ocupava: “Tendo em consideração este cenário, e tendo em consciência a responsabilidade que assumi perante vós ao longo de todos estes últimos meses, e por forma a garantir a integridade e seriedade do movimento Unidos pelo Liberalismo, considero que este tem de ser o momento de repensar a liderança deste movimento.”

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Mayan Gonçalves garante ainda que continuará a fazer parte do mesmo a ser um dos subscritores e abre a porta a um futuro diferente: “Esta não é uma mensagem de despedida, nem representa o fim deste nosso movimento, muito pelo contrário. Representa a abertura de um novo ciclo do movimento Unidos pelo Liberalismo, com a mesma esperança, garra e determinação que nos fez chegar até aqui.”

O político portuense da Iniciativa Liberal ocupava o cargo desde as eleições autárquicas de 2021 — não chegou, assim, a cumprir um mandato completo. Antes, Mayan já tinha sido membro suplente da Assembleia de Freguesia da mesma localidade. No mesmo ano em que foi eleito presidente da junta, já tinha sido o candidato à Presidência da República, apoiado pelos liberais.

Mayan, que tem liderado a oposição interna a Rui Rocha, é candidato à liderança da IL, que vai escolher os novos órgãos sociais na convenção prevista para o início do ano. Na apresentação da candidatura, comprometeu-se a revitalizar a Iniciativa Liberal, defendendo que só com um partido “aberto, ativo e ambicioso” será possível determinar políticas, influenciar a governação e transformar Portugal. “É com um partido mais ambicioso, que sabe o que quer, que conseguiremos um Portugal mais liberal”, referiu.

Oposição interna na IL prepara-se para a Convenção. O mediatismo como “maior trunfo” de Mayan e o sonho do regresso de Carla Castro