Duas pessoas foram detidas na sexta-feira à noite suspeitas de incendiarem caixotes do lixo no concelho da Amadora, distrito de Lisboa, adiantou à Lusa fonte da PSP.

De acordo com fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), o alerta para incêndios em caixotes do lixo na via pública foi dado pelas 22h00 de sexta-feira.

Os incêndios ocorreram junto à rua 25 de Abril com a rua da Liberdade na freguesia Encosta do Sol (antiga freguesia da Brandoa), concelho da Amadora, acrescentou.

Os agentes que se deslocaram para o local conseguiram intercetar dois dos três suspeitos de atear os fogos, tendo os dois sido detidos.

A mesma fonte acrescentou que um dos suspeitos injuriou e ameaçou os polícias depois de abordado.

Esta força policial continua com efetivos no local a monitorizar a zona para prevenir novos desacatos, referiu ainda.

A Área Metropolitana de Lisboa tem registado distúrbios nas últimas semanas, desde a morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano que morava no bairro do Zambujal, na Amadora, e que morreu na madrugada do dia 21 de outubro, baleado por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura.

Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Os distúrbios começaram no Zambujal e alastraram-se a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e apedrejados autocarros, automóveis e caixotes do lixo. Sete pessoas ficaram feridas nos acontecimentos, uma das quais com gravidade.

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