Seguindo os passos do jornal britânico The Guardian, o diário espanhol, La Vanguardia decidiu sair do X (antigo Twitter): deixa de publicar conteúdos editoriais e suspende as suas contas editoriais. Não é o único. Outros órgãos de comunicação social norte-americanos como o National Public Radio (NPR) e a prestigiada estação de televisão pública norte-americana PBS, também já anunciaram que abandonam a rede social de Elon Musk.
???? 'La Vanguardia' deja de publicar tuits de forma directa en la red social X, convertida en una red de desinformación desde la llegada de Musk https://t.co/z2HlbyIIL0
— La Vanguardia (@LaVanguardia) November 14, 2024
Num texto divulgado esta quinta-feira, a direção do jornal explica que “esta rede social se tornou numa plataforma onde as teorias da conspiração e a desinformação encontram uma caixa de ressonância”. E que isso aconteceu desde que o homem mais rico do mundo comprou o X. “Essas ideias encontram no que outrora foi o Twitter uma forma de multiplicar o seu alcance que não teriam se houvesse uma moderação efetiva e razoável”.
O jornal sublinha que “as ideias que violam os direitos humanos, como o ódio às minorias étnicas, a misoginia e o racismo, fazem parte do conteúdo viral distribuído no X, onde se tornam virais e captam mais tempo dos utilizadores para ganhar mais dinheiro com a colocação de publicidade”.
O diário dá ainda um exemplo do que a crescente presença de bots (aplicação de software que simula atos humanos repetidos, como se fosse um robô) tem feito no X: “Foi multiplicada até ao ridículo em questões sérias como a tragédia da gota fria em Valência, em que inúmeros bots de origem indiana participaram em conversas públicas para ganhar circulação nesta rede social”.
Esta decisão, sublinha o jornal, “coincide com o anúncio de que Donald Trump nomeou Elon Musk e um ex-candidato republicano, Vivek Ramaswamy, para dirigir um novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), para fazer cortes na administração norte-americana”.
No entanto, o La Vanguardia vai continuar a “seguir pessoas, entidades, empresas e instituições nesta rede para poder informar os seus leitores de mensagens e debates que nela possam ocorrer”. Tal como no The Guardian, também os seus jornalistas “serão livres de continuar a utilizar esta plataforma dentro dos padrões de contenção e respeito pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão que exige que sejam mantidos em todos os domínios”.
Jornal britânico The Guardian sai do X: “É uma plataforma mediática tóxica”