“Há toda uma parte da minha vida que ninguém conhece”, revela Charles Manson, na gravação de uma chamada telefónica a partir da prisão, divulgada num novo documentário sobre a vida do infame assassino. “Fui a Acapulco, roubei alguns carros. Acabei por me envolver em coisas que não me cabem na cabeça, pá. Envolvi-me em alguns assassinatos. Deixei o meu [revólver] 357 Magnum na Cidade do México e deixei alguns mortos na praia”, ouve-se no áudio.

A revelação é feita em Making Manson, a nova série documental de três partes da plataforma de streaming Peacock que investiga 20 anos de conversas inéditas em que Manson fala sobre os seus crimes, a sua educação e a sua família.

O seu ex-companheiro de cela, Phil Kaufman, também foi entrevistado para a série. “O Charlie era muito bom a ser mau e a não o demonstrar”, afirma no trailer da série. “Qualquer coisa que prejudicasse o seu plano de jogo naquele momento, ele esmagaria, mas fê-lo com luvas de veludo”, revela ainda. Na série, Manson “relata os primeiros crimes que levaram à onda de assassinatos no verão de 1969”.

Como recorda o The Guardian, numa audiência de liberdade condicional em 2012, que foi negada, Manson foi citado como tendo dito a um dos psicólogos da prisão: “Sou especial. Não sou como o recluso comum. Passei a minha vida na prisão. Coloquei cinco pessoas na campa. Sou um homem muito perigoso.”

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Manson e os seus seguidores foram presos em 1969, depois de matarem nove pessoas em Los Angeles — a mais célebre foi a atriz Sharon Tate, então com apenas 26 anos, grávida de oito meses e meio. No seu julgamento em 1970, Manson, que dirigiu os assassinatos, apresentou-se como uma força demoníaca, aparecendo com uma suástica nazi tatuada na testa.

O criminoso morreu na cadeia em 2017. Tinha 83 anos e vivia definitivamente atrás das grades desde os 37. Juntamente com três mulheres da “Família”, como era chamada pelos membros, foi condenado à morte em 1971 por sete crimes de homicídio de primeiro grau e mais um de conspiração para cometer homicídio. Acabou por

Charles Manson, o assassino mais infame do mundo, morreu. Tinha 83 anos, passou os últimos 46 na prisão

Aproveitou a abolição temporária da pena de morte no Estado da Califórnia, logo após a sua sentença, quando cumpria pena de prisão perpétua há 46 anos. Em 2014, aos 79 anos, foi notícia a sua intenção de casar com uma rapariga de 26, uma das muitas fãs que continuou a acumular até à morte — acabou por não acontecer.