Perante as críticas de que foi alvo na última noite — o comentador e ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, considera que a ministra da Saúde está “a prazo” devido ao impacto da crise no INEM —, Ana Paula Martins diz que a sua função é “servir os portugueses” e “dar resposta aos problemas” da pasta que tutela.
“Considero-me uma ministra que se levanta e trabalha para servir os portugueses. E será assim enquanto aqui estiver. A minha missão é dar resposta a problemas e é isso que estou a fazer“, disse a ministra da Saúde, esta manhã, à margem da assinatura de um protocolo de cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Unidade de Saúde de Santa Maria, na Parede.
Marques Mendes diz que ministra da Saúde “corre o risco” de estar a prazo
Este domingo, no seu espaço semanal de comentário da SIC, Marques Mendes considerou que a falta de resposta do INEM, que poderá ter contribuído para a morte de pelo menos 11 pessoas, no início de novembro é o “primeiro problema sério de desgaste do Governo” de Luís Montenegro.
O ex-presidente do PSD e provável candidato à Presidência da República aponta fragilidades ao Ministério da Saúde na gestão da greve do INEM, por não ter “reunido a tempo com o sindicato para negociar a greve”. Para Marques Mendes, “é todo um ministério que está fragilizado, era muito difícil ser pior, pode ser uma tragédia política a prazo, daqui a dois, três ou quatro meses, vamos ver”.
Esta manhã, Ana Paula Martins lembrou aos jornalistas que se vai iniciar esta semana, mais concretamente na próxima sexta-feira, a negociação com o sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Sérgio Janeiro será candidato à presidência do INEM
A ministra da Saúde anunciou que Sérgio Janeiro, presidente interino do INEM, será um dos candidatos ao concurso que está a decorrer para presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica. “O INEM tem neste momento, finalmente”, o concurso aberto, depois de “a CRESAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública] ter aberto o concurso como lhe competia”.
A ministra salientou que “há de haver candidatos para o concurso e, com certeza” que Sérgio Janeiro, que está em regime de substituição desde julho, será um desses candidatos ao concurso para presidente do conselho diretivo do Instituto INEM, publicado na passada quinta-feira.
Ana Paula Martins reiterou ainda que está a “fazer tudo” para, num “curtíssimo prazo”, dar as respostas necessárias para “devolver ao INEM a capacidade de resposta, capacidade assistencial”.“Eu penso que o mais importante neste momento é que as pessoas lá em casa sintam que o INEM, de facto, não lhes vai falhar como tem falhado nos últimos anos e isso é o mais importante”, disse a ministra da Saúde.
Ana Paula Martins foi ainda questionada sobre a eventual intenção de privatizar o serviço de emergência — uma acusação feita pelo líder do PS durante o fim de semana, recordando que a a ministra “disse que queria que o INEM fosse apenas um coordenador e não prestador”, e secundada depois pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP. Perante as perguntas sobre se esse era um caminho nos planos do Ministério da Saúde, Ana Paula Martins recusou-se, mais uma vez, a responder.