O primeiro-ministro afirmou, esta quarta-feira, que o Governo quer “aprofundar ainda mais as relações” com o Brasil, com a realização de uma cimeira bilateral em Brasília a 19 de fevereiro e um fórum empresarial em São Paulo no dia seguinte.
Numa intervenção antes de um almoço com a comunidade lusa em São Paulo, na Casa de Portugal, em que recebeu a comenda da Ordem do Mérito do Infante Dom Henrique, Montenegro detalhou o anúncio que já tinha feito na segunda-feira, à margem da cimeira do G20 no Rio de Janeiro, sobre a realização desta reunião bilateral entre Brasil e Portugal.
Montenegro anuncia cimeira luso-brasileira em fevereiro e nova visita ao país
“Nós vamos realizar no próximo mês de fevereiro uma cimeira aqui no Brasil, no caso em Brasília. Vai haver uma visita de Estado do Presidente da República, também associada a esse momento, eu próprio estarei cá e estamos a trabalhar para promover um encontro económico que junte os nossos representantes da comunidade, os nossos empresários e também aqueles e aquelas empresas brasileiras que olham para Portugal como uma terra de oportunidade”, disse.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro adiantou depois as datas desses encontros: para 19 de fevereiro está prevista a cimeira bilateral, em Brasília, e para dia 20 o fórum empresarial entre os dois países em São Paulo.
“Nós estaremos talvez no momento mais alto que há memória da interação entre Portugal e o Brasil”, destacou Montenegro, saudando a “multifacetada” comunidade portuguesa em São Paulo.
“Eu sei que aqui se encontram grandes empresários, eu sei que aqui se encontram pessoas de cultura, eu sei que aqui se encontram pessoas de muitos ramos de atividade, desde a construção, a energia, a banca, as profissões liberais, as novas tecnologias, em muitas áreas de atividade onde – como nós gostamos de dizer em Portugal e em português – os portugueses dão cartas, os portugueses estão entre os melhores dos melhores”, afirmou.
Tal como tinha feito na véspera numa receção com a comunidade portuguesa no Rio de Janeiro, o chefe do Governo reiterou a intenção do executivo de reforçar a capacidade da rede consular e de apoiar o movimento associativo.
“Eu quero dizer-vos em nome do Governo português que nós tudo faremos para não frustrar as vossas expectativas de relacionamento com Portugal, de relacionamento com a administração pública portuguesa, com a nossa rede consular, com a nossa rede diplomática”, assegurou.
Aos empresários presentes neste almoço, Montenegro deixou um convite para que “acreditem em Portugal e invistam em Portugal”.
“Também registo positivamente a afirmação de portugueses e de lusodescendentes em termos de participação cívica e política, exercendo cargos de responsabilidade. Não será por acaso que quer o prefeito, quer o governador deste Estado têm nacionalidade portuguesa”, afirmou.
Montenegro fez o discurso com a comenda ao peito, dizendo que a associação ao Infante Dom Henrique “não pode ser mais apropriado para a capacidade portuguesa de ver longe”.
“Portugal está onde estão as vossas famílias, onde estão muitos dos vossos amigos, onde está a vossa cultura, onde está a vossa origem, onde está o vosso carinho e eu tenho a certeza absoluta onde está também o vosso coração”, disse.
O primeiro-ministro destacou o elevado número quer de portugueses no Brasil, quer de brasileiros em Portugal, como uma oportunidade para o crescimento económico dos dois países.
“Vocês podem efetivamente ser grandes embaixadores de Portugal um pouco por todo o território do Brasil e nós estaremos lá para convosco também sermos embaixadores do Brasil na entrada do Brasil em Portugal e na Europa”, disse.
Para Montenegro, a cooperação estratégica entre os dois países poderá ser uma alavanca para “um ciclo de crescimento económico duradouro que dê depois bem-estar às pessoas, que dê bem-estar às famílias de portugueses que vivem em Portugal e que vivem fora de Portugal”.
O almoço com a comunidade portuguesa em São Paulo foi o penúltimo ponto da agenda de Montenegro no Brasil, onde chegou na segunda-feira para participar na cimeira do G20, no Rio de Janeiro, como observador a convite da presidência brasileira.