A população angolana está a ser mobilizada pela UNITA para aderir a uma manifestação, neste sábado em Luanda, contra a situação social no país. O maior partido da oposição justificou o ato com a necessidade de se exigir do governo medidas urgentes para combater a fome e a pobreza que afetam muitas famílias em Angola.

“Por uma Angola diferente, verdadeiramente democrática, apelo a si, cidadão angolano, a participar [na manifestação]. É a democracia participativa que levou os países desenvolvidos a serem desenvolvidos. Eu dirijo-me a si, jovem, para que participe, porque é em função da conquista dos seus direitos”, apelou o líder do partido.

Adalberto Costa Júnior fez esta comunicação através de uma transmissão em direto na página do Facebook de uma televisão ligada ao seu partido. Durante a intervenção, referiu que, antes de se decidir pela manifestação, a UNITA dirigiu-se às instituições, onde apelou a “medidas urgentes para combater a fome e a pobreza”.

No entanto, apesar dos esforços, Costa Júnior pontuou que o país acabou por testemunhar a apresentação de um Orçamento de Estado que não reflete as preocupações das populações. Pelo que, acrescentou, os angolanos precisam de um país inclusivo em que o governo pense no povo “como seu espaço central”.

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“Infelizmente, acabamos de ver a apresentação do Orçamento Geral do Estado, no qual não existem respostas para os principais problemas sociais; para o problema do desemprego […]. Continuamos a não ver soluções para o combate à fome e à exclusão, continuamos a ver o país partilhado à tesourada por conveniência do regime”, descreveu.

Entre as justificações para a manifestação, o presidente da UNITA apresentou o facto de ainda se verificarem jovens a serem presos pelo exercício do direito à liberdade de expressão, além das limitações impostas aos órgãos de comunicação social no que diz respeito à liberdade de imprensa.

“Temos jovens mulheres presas porque criticaram o Presidente da República. Neste país, é proibido criticar o Presidente da República, quando, na verdade, a crítica é um direito. Não podemos viver numa sociedade sem liberdades, numa sociedade sem pluralidade, numa sociedade em que a censura é extrema na comunicação social”, concluiu.

A manifestação contra a fome em Angola deve começar às 9h00 deste sábado, com concentração à frente do Cemitério da Santa Ana, em Luanda. Mas, a marcha dos manifestantes só vai acontecer quatro horas mais tarde.