Francisco Rodrigues dos Santos teceu este sábado duras críticas a Nuno Melo a propósito do encontro deste com Gouveia e Melo num bar em Lisboa. Para o antigo líder do CDS, e antecessor de Melo, o atual ministro da Defesa não esteve à altura do cargo que desempenha e desconfia o democrata-cristão pode ter usado esta reunião informal para enviar um sinal a Luís Montenegro, parceiro de coligação do CDS no Governo.
“Com Paulo Portas, tínhamos um ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar. Com Nuno Melo, temos um ministro da Defesa e dos Assuntos do Bar”, criticou Francisco Rodrigues dos Santos, no espaço de comentário que partilha com o socialista Pedro Costa, na CNN Portugal.
Para Rodrigues dos Santos, é impensável que o encontro tenha acontecido por iniciativa de Gouveia e Melo e que tenha servido para tratar de assuntos militares — se assim fosse, sugeriu o democrata-cristão, teria acontecido noutro local e Gouveia Melo estaria naturalmente fardado.
Por exclusão de partes, continuou o antigo líder do CDS, só sobra uma tese: Nuno Melo criou aquele encontro para “mandar um recado a Luís Montenegro”. Rodrigues dos Santos entende que existe um mal-estar pelo facto de Montenegro ter fixado como critério para apoiar um candidato presidencial a pertença às fileiras do PSD. “Foi um ataque à figura tutelar de Nuno Melo, que é Paulo Portas”, apontou Rodrigues dos Santos.
Mesmo compreendendo que o CDS não morra de amores pela hipótese de vir a apoiar Luís Marques Mendes, o putativo candidato presidencial apoiado pelo PSD, Francisco Rodrigues dos Santos entende que esta estratégia encerra dois riscos: o “de dividir o eleitorado da Aliança Democrática”; e, em segundo lugar, o de “colocar em causa” a “relação de confiança” entre PSD e CDS “por causa de umas presidenciais”. “Foi uma atitude um bocadinho estulta. O CDS só existe hoje porque o PSD lhe deu a mão. Não me parece muito inteligente”, condenou Rodrigues dos Santos.