Eurico Brilhante Dias considera que António José Seguro pode ser um “bom candidato” presidencial na área política do PS, mas não exclui outros nomes como Mário Centeno, Santos Silva ou até uma recandidatura de Ana Gomes. Em entrevista ao programa Direto ao Assunto, na Rádio Observador, o assumido segurista fez questão de sublinhar que concorda com Pedro Nuno Santos sobre a opção de apoiar um candidato e considera que opções no sentido foram “erros”.

“Que [Seguro] pode ser um bom candidato parece-me evidente”, começa por dizer o ex-presidente da bancada parlamentar do PS, enquanto sublinha que ter estado ao lado de António José Seguro “num período particularmente difícil e duro, do país e do PS na oposição”, ainda “marca” a sua minha carreira política.

Eurico Brilhante Dias considera que o ex-líder do PS “é um dos socialistas que tem um percurso político e cívico que permite olhar para ele como alguém que tem um perfil adequado à exigência tarefa de ser Presidente da República”, colocando-o “entre aqueles” que, nessa área política, “podem vir a ser candidatos à Presidência da República, com o apoio do PS”.

Ouça aqui a entrevista, na íntegra, à Rádio Observador

Eurico Brilhante Dias: “Seguro não é único a ter perfil para PR”

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Dos nomes que têm sido apontados, Brilhante Dias fala em Augusto Santos Silva, Mário Centeno, António Vitorino, Carlos César, Ana Gomes, Francisco Assis, para sublinhar que Seguro “não é o único” com o perfil, mas enalteceu a decisão do atual secretário-geral do PS sobre o tema Belém: “O que é importante é concentrarmos a nossa atenção numa convergência interna no PS. Concordo com Pedro Nuno Santos, na dimensão em que acho que o partido tem de olhar com seriedade para estas eleições Presidenciais, coisa que não faz há 20 anos.”

“O PS cometeu muitos erros, no passado e no passado recente, quando não foi capaz de encontrar um candidato presidencial”, acrescentou. Quando questionado sobre o facto de Pedro Nuno Santos ter considerado um “erro” avançar com o nome de Seguro, Brilhante Dias também frisou que o PS não pode “voltar a cometer o mesmo erro”, argumentando que “o processo tem de ter manifestações individuais de vontade e depois uma decisão coletiva”.

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Relativamente a Gouveia e Melo, e recuperando a tese de que há no PS quem acredite que “os militares devem estar nos quartéis”, Brilhante Dias reconheceu que “cada militar, depois da sua vida militar, tem, como cidadão o direito a apresentar a sua candidatura”. O problema maior, segundo diz, está na falta de conhecimento que os portugueses têm sobre o posicionamento político de Gouveia e Melo:

“Do almirante Gouveia e Melo como proposta política não conhecemos nada, como ideia política conhecemos pouco ou quase nada. É um bocadinho surpreendente que alguém se apresente aos portugueses como candidato presidencial quando, em bom rigor, não conhecemos o seu pensamento político, não sabemos o que pensa sobre os assuntos mais importantes da vida política portuguesa, quando não sabemos como quer interpretar a Constituição”, explicou o socialista.

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