A Câmara de Leiria, de maioria socialista, aprovou esta terça-feira, com os votos contra da oposição, o orçamento para 2025, no valor de 125,6 milhões de euros, um acréscimo de 12% face ao ano anterior.
Este é o valor mais alto desde o orçamento de 2010, cujo valor foi de 126,9 milhões de euros.
Aos 125,6 milhões de euros acrescerá o saldo de gerência de cerca de 38 milhões de euros, perfazendo mais de 163 milhões de euros para 2025, pelo que, tal como tem acontecido nos anos anteriores, “uma parte substantiva dos grandes projetos que o Município tenciona desenvolver em 2025, apenas ficarão refletidos na plenitude em fevereiro”.
O Orçamento para 2025 cresce 12% (112,5 milhões de euros em 2024) e reforça o investimento na educação, com um total de 18,1 milhões de euros, que se destinam à requalificação das escolas Secundária Afonso Lopes Vieira e Básica 2, 3 D. Dinis e à construção da escola do 1.º ciclo de S. Romão, adiantou o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes.
Nos documentos previsionais está inscrita uma verba de 12 milhões de euros para as freguesias, “reforçando o compromisso com o desenvolvimento coeso e equilibrado do concelho, através de contratos interadministrativos e apoios diretos”, afirma a autarquia em comunicado.
Gonçalo Lopes destacou ainda a construção de novos centros de saúde na Barreira, Pousos e Santa Eufémia, a conclusão do Centro de Artes Villa Portela e investimentos na área da habitação.
A requalificação e segurança das infraestruturas rodoviárias, incluindo a construção da Rotunda da Barosa contemplam um investimento de 7,6 milhões de euros.
A construção do Terminal Intermodal de Leiria é uma das apostas na rubrica da mobilidade, com um investimento de 2,13 milhões euros, “que trará melhorias significativas na mobilidade no concelho”.
O autarca salientou ainda o investimento de 3,3 milhões de euros na criação do Parque Empresarial de Monte Redondo, que pretende promover a atração de empresas e a criação de novos postos de trabalho no norte do concelho.
“Este é um documento que mantém a tónica no rigor financeiro e contas certas. O serviço da dívida continuará a diminuir, com encargos de 2,5 milhões de euros, sendo o primeiro ano que se inicia com a dívida bancária abaixo dos 10 milhões de euros”, frisou Gonçalo Lopes.
“O aumento de receita decorre da dinâmica económica do concelho e de transferências da parte imobiliária”, justificou, ao enaltecer o prazo médio de pagamento a fornecedores a três dias.
Está previsto um acréscimo de 28% na despesa de investimento, aliado a acréscimos relevantes nas receitas de fundos comunitários (+17%) e de transferências correntes (+17%), evidenciando uma estratégia sólida de captação de recursos externos para reforçar projetos estruturantes.
Do lado da despesa, a aquisição de bens de capital regista um aumento de 27,61%, “demonstrando o compromisso em concretizar investimentos estruturais para o desenvolvimento territorial”, refere uma nota de imprensa.
A despesa com pessoal aumentou 11,33%, justificado pela valorização salarial e pelo reforço de recursos humanos nas áreas transferidas para o município.
O aumento de 24% na aquisição de bens e serviços resulta da importância de garantir o funcionamento eficiente dos serviços municipais e o suporte às atividades essenciais para o bem-estar da população
Álvaro Madureira, independente eleito pelo PSD, criticou a falta de investimento estrutural e de estacionamento e lamentou a manutenção da percentagem de 5% na participação variável do município no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), sugerindo que o valor deveria baixar.
“Temos de fazer obra: a circular externa que ligue o IC2 à EN 119 e à EN 242. A cidade está a crescer e sair e entrar da cidade é um caos. É preciso mais estacionamento. Temos de ser ambiciosos para resolver estes problemas”, afirmou o autarca.
A proposta, que será agora submetida à Assembleia Municipal, contou com os votos favoráveis dos vereadores do PS, tendo os vereadores independentes e do PSD votado contra.