O Walmart, a maior rede de supermercados do mundo, juntou-se a outras grandes empresas norte-americanas para anunciar que vai recuar nas políticas de diversidade, igualdade e inclusão, conhecidas como DEI.

Segundo a imprensa norte-americana, a pressão exercida por conservadores tem levado diversas empresas a mudar o posicionamento no que toca a políticas progressistas e, como tal, o Walmart vai deixar de partilhar informações sobre as suas políticas com a Human Rights Campaign, uma organização internacional que defende os direitos de funcionários LGBTQIA+ em empresas, vai repensar o financiamento de eventos desta comunidade e deixará de ter em consideração raça ou género nos contratos com os fornecedores.

No mesmo sentido, o Walmart mandou retirar dos seus sites e proibir a venda de objetos que estavam a ser comercializados para crianças transgénero, desde livros a roupa. Além disso, a empresa norte-americana vai também interromper as formações sobre igualdade que oferecia aos funcionários e que serviam para combater o racismo.

Segundo o The Wall Street Journal, a empresa pretende também encerrar a organização sem fins lucrativos que apoiava minorias. E vai também abandonar a linguagem progressista que aplicava nas comunicações interna e externa.

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Antes da decisão, o ativista norte-americano Robby Starbuck, que moveu vários boicotes e ameaças de boicote a empresas, tinha focado as atenções na rede de supermercados, pressionando para que deixasse de apoiar “políticas woke“. Perante o anúncio da decisão, Starbuck descreveu o sucedido como a “maior vitória do movimento para acabar com o wokismo nas empresas americanas”.

“Grandes notícias: o Walmart está a acabar com as políticas woke. Agora posso contar, em exclusivo, o que está a mudar e como aconteceu”, escreveu na rede social X, antigo Twitter, dando conta de que teve conversas com responsáveis da empresa norte-americana.

O ativista recorda que o Walmart é o maior empregador dos EUA e sublinha que, após a decisão, os funcionários vão passar a trabalhar num “local neutro” e sem que lhes sejam “impingidas” questões divisivas.

Apesar de toda a pressão levada a cabo por conservadores norte-americanos, com Starbuck à cabeça, o Walmart assegurou que a decisão foi tomada como parte de uma reavaliação interna que já estava a ser feita. No mesmo sentido agiram, nos últimos anos, empresas como a Boeing, Lowe’s, Ford, Caterpillar, John Deere ou Molson Coors.

Este recuo vai no sentido oposto ao que veio a ser seguido quando, após o homicídio de George Floyd, em 2020, muitas empresas dos EUA optaram por se comprometer com diversas causas e no apoio de minorias.

Eleições dos EUA balançam políticas de diversidade. Há grandes empresas a recuar por pressão das redes sociais e de um ativista