O regresso aos golos não trouxe propriamente as melhores recordações, o regresso ao Qatar “mitigou” esse sentimento. Após ter marcado ao Al-Qadisiyah sem evitar a primeira derrota na Liga do Al Nassr, Cristiano Ronaldo sarou as feridas do desaire caseiro com um triunfo diante do Al-Gharafa do técnico Pedro Martins na Champions asiática, fazendo o primeiro bis da temporada pela formação de Riade depois dos dois golos apontados pela Seleção frente à Polónia. Ainda muito longe, o registo de 1.000 golos ficou mais perto aos 39 anos (fará 40 a 5 de fevereiro) e esse registo não passou ao lado de ninguém incluindo… Elon Musk.

O melhor regresso onde tudo mudou: Ronaldo voltou ao Qatar para fazer o primeiro bis da época pelo Al Nassr (e chegar aos 40 golos em 2024)

O avançado fez uma publicação nas redes sociais depois da vitória no Qatar onde escrevia “Grande vitória esta noite” e o milionário norte-americano que fundou a SpaceX e a Tesla além de deter a rede X reagiu com uma palavra: “Parabéns”. “Ainda bem que os teus olhos tiveram tempo para ver bom futebol”, escreveu de seguida o capitão da Seleção, para Musk retorquir com um “Pois claro!”. Quando se pensava que Musk, cada vez mais próximo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, estaria concentrado no novo departamento de “eficiência governamental” que liderará com o empresário republicano Vivek Ramaswamy, eis que novos interesses surgem nas cogitações daquele que é considerado o homem mais rico do mundo.

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Os dois golos de Cristiano Ronaldo no Qatar e a reação de Elon Musk no X

Os anos passam, o jogador fica, a lenda cresce, os elogios não param e, esta sexta-feira, foi Roberto Martínez, selecionador nacional, que destacou o rendimento do avançado. “Aos 40 anos, aos 41 anos, são indivíduos para quem o que fizeram antes ou o que passaram não conta para nada, ajuda-os, porque têm um poder de decisão melhor. O dia a dia é uma oportunidade para serem melhores. Acredito que, em parte, isso é inato. Ronaldo tem um compromisso na profissão de futebol, um compromisso com que se sente realizado, que é ganhar, que é ser o melhor. Para se ser importante, tem de se ter o nível para fazer a diferença no campo e é aí onde está o aspeto de análise e competitividade entre jogadores”, apontou em entrevista à EFE, onde falou também do exemplo de Pepe, que terminou a carreira como titular no Europeu aos 41 anos.

Se Ronaldo ainda tem “intensidade, frescura e juventude em todos os treinos”, como realçou Martínez, o mesmo se aplica aos jogos e, no regresso ao Campeonato, o Al Nassr conseguiu voltar aos triunfos, reduzindo à condição a desvantagem para cinco pontos em relação ao líder Al-Ittihad e três do campeão Al Hilal de Jorge Jesus. Principal figura? Ronaldo. Ainda na primeira parte, o português transformou com sucesso o 200.º penálti da carreira (169 marcados e apenas 31 falhados), a dez minutos do fim chegou o 915.º golo com dedicatória especial para a mãe, Dolores Aveiro, que assistia ao jogo ao lado de Georgina Rodríguez. Ao todo, o número 7 leva 20 golos em 23 jogos oficiais em 2024/25, 15 em 18 em encontros pelos sauditas.

O jogo num Al-Awwal Park com uma assistência abaixo do normal (eram mesmo muitas as cadeiras amarelas à vista na transmissão) começou a um ritmo baixo, sem oportunidades e com o Al Nassr a gerir com bola até ao primeiro golo na primeira verdadeira chance, com Ronaldo a aproveitar um corte com o braço de Bedrane para inaugurar o marcador de grande penalidade (17′). Estava acionado o despertador para colocar outra velocidade no encontro, com Bento a negar o empate a N’Koudou depois de um remate cruzado na área (20′), Ângelo a falhar isolado com o guarda-redes Bukhari pela frente após assistência de Ronaldo (23′) e Al-Fatil a rematar perto do poste na sequência de um canto com Simakan a fazer o passe para zona central (24′). Com Brozovic a comandar todas as operações a partir do meio-campo, as oportunidades foram continuando a aparecer e a ser falhadas por Ângelo e Sadio Mané, com o intervalo a chegar com a diferença mínima.

Tudo apontava para um segundo tempo em que o Al Nassr pudesse confirmar a sua superioridade com mais golos mas o filme mudou e muito, com o Damac a criar três oportunidades para empatar nos dez minutos iniciais travadas por Bento. A expulsão do central Bedrane após uma entrada violenta sobre Simakan veio arrefecer esse ímpeto dos visitantes mas nem por isso o conjunto de Riade fechou de imediato a questão, tendo de esperar até ao último quarto de hora para Ronaldo bisar após assistência de Boushal na primeira chance do Al Nassr no segundo tempo que foi suficiente para encerrar com as contas do jogo (80′).