“Se as misericórdias pagassem o que não podiam, rapidamente entravam em incumprimento, e isso nós não faremos”, argumentou Manuel Lemos, após a assembleia geral da União das Misericórdias Portuguesas, em Fátima (concelho de Ourém, distrito de Leiria), onde estiveram concentrados este sábado trabalhadores de vários pontos do país que entregaram uma resolução a reforçar as suas reivindicações.
Manuel Lemos vincou, em declarações à agência Lusa, que as instituições vivem “muito de comparticipações públicas” e fazem o equilíbrio entre o que recebem e o que podem pagar.
“É pouco, gostávamos de pagar mais, estamos todos a trabalhar para acertar os preços, a ver se conseguimos equilibrar. Quando conseguirmos, cá estaremos para negociar primeiro com as plataformas sindicais que têm que compreendido isto, e depois com os outros”, realçou o presidente da UMP.
O dirigente frisou que a UMP chegou a acordo com a UGT e a CGTP, e lamentou que o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal — CESP “não tenha aceitado” e “não tenha percebido” o ponto de vista das instituições.
“No fundo, em última análise, está em causa o próprio local de trabalho dos trabalhadores”, acrescentou, em resposta às reivindicações do CESP.
A União, sublinhou, percebe e respeita a luta sindical, mas as instituições “só pagam o que podem”.
“Tentaremos sempre pagar aos trabalhadores. É o que podemos, mas pagaremos. Não faz sentido nenhum aceitar valores altíssimas e depois não lhes pagar”, reforçou.
O grupo de trabalhadores juntou-se em frente ao Centro João Paulo II, em Fátima, para reivindicar o pagamento das diuturnidades em função do tempo integral de serviço e da antiguidade, um “aumento justo do salário” e a celebração de um Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) entre o CESP e a UMP, com todos os direitos já conquistados, “tanto no Acordo de Empresa da UMP, como na Portaria de Extensão do CCT das instituições particulares de solidariedade social.
Na assembleia geral da UMP foram aprovados o plano de atividades e o orçamento para 2025.