O jornal Politico decidiu avaliar o grupo de comissários europeus do primeiro mandato de Ursula von der Leyen e, na “turma” de 2019-2024, há vários excelentes menos (A-) e até uma negativa (F). Já a comissária portuguesa, Elisa Ferreira, responsável pela pasta da Coesão e Reformas, recebeu uma nota C, o equivalente a um bom. A equipa do Politico refere que o mandato da comissária foi “ofuscado pelo fundo de recuperação pós-pandemia de 800 mil milhões de euros” do bloco europeu, que “negligenciou largamente o impacto dos investimentos locais”.
O Politico usou um sistema de notas de A a F. Pelas tabelas de conversão de notas usadas por instituições de ensino em Portugal, um A representa um excelente (18 a 20 valores), um B um muito bom (16 a 17 valores), um C um bom (14 a 15 valores), um D um satisfaz (12 a 13 valores) e um E a um suficiente (10 a 11 valores). Um F representa uma nota negativa.
O jornal considera ainda que a influência de Elisa Ferreira foi “diminuída pelo desinteresse de Von der Leyen na política regional e, de uma forma mais geral, por várias crises que desviaram as atenções”. O facto de o orçamento da coesão ter sido usado para financiar equipamento médico durante a crise da Covid-19 e assistência aos refugiados ucranianos “minaram a tarefa principal de reduzir as desigualdades regionais”, nota o jornal.
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A presidente Ursula von der Leyen recebe uma nota B-, ou seja, um muito bom menos. O jornal considera que a política alemã passou de “desconhecida e uma escolha inesperada” a “uma das mais poderosas líderes na história recente”. Fatores como a pandemia ou a guerra da Ucrânia contribuíram para elevar “a sua própria imagem política além dos corredores das instituições de Bruxelas”.
Margrethe Vestager, a vice-presidente responsável pela pasta do Digital, e Stella Kyriakides, a comissária da Saúde e Segurança Alimentar, Wopke Hoekstra, da Ação Climática, Virginijus Sinkevičius, o comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas, e Ylva Johansson, comissária dos Assuntos Internos, receberam as notas mais altas, todos com A- (excelente menos).
A única negativa do grupo é dada ao húngaro Olivér Várhelyi, o comissário responsável pela Vizinhança e Alargamento. O Politico fala em “ovelha negra” da Comissão, considerando que teve visões “muito parciais” em relação aos esforços da Ucrânia na adesão ao bloco dos 27. Também foi tida em conta a controvérsia quando anunciou um congelamento da ajuda aos territórios palestinianos após o ataque do Hamas a Israel. Após o anúncio, foi imediatamente contrariado por Josep Borrell, o responsável pela diplomacia europeia, e pela própria presidente da Comissão Europeia.
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