“Quero agradecer a cada um de vocês por fazerem parte do capítulo mais emocionante de toda a minha vida até à data, a minha adorada Eras Tour”. Foi assim que Taylor Swift introduziu a última música do último concerto da Eras Tour este domingo, em Vancouver. Para uma plateia de mais de 60 mil swifties, a artista norte-americana terminou aquela que foi a digressão mundial mais lucrativa de sempre.

Sem convidados especiais ou grandes surpresas — com os fãs a esperarem o lançamento do Reputation (Taylor’s Version) —, Taylor Swift fugiu ao óbvio e, em vez disso, deu um último concerto padrão onde a nostalgia não faltou e as pequenas despedidas foram sendo distribuídas.

Ao longo de mais de três horas, voltou a viajar pelos seus quase 20 anos de carreira, uma era de cada vez, cantando 46 músicas. Depois de entregar o último chapéu de 22, na era Red, a We Are Never Ever Getting Back Together chegou para deixar o público ao rubro. À espera que o bailarino Kameron Saunders pegasse no microfone e dissesse a habitual frase final — “Like, ever!” (“Tipo, nunca!”, em português) — os fãs foram surpreendidos com uma despedida: “For the last time, no!” (“Pela última vez, não!”, em português).

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Ainda durante o Red, antes de seguir para 10 minutos de All Too Well, Taylor Swift confessou que nunca pensou que, ao escrever um verso sobre pulseiras da amizade, os fãs fossem fazer milhares de pulseiras. “É esse o legado desta digressão, o facto de terem criado um espaço de alegria, união e amor, e eu não podia estar mais orgulhosa de vocês, honestamente”, confessou.

“É nisso que as pessoas pensam quando pensam nesta digressão, em como se sentiram no meio da multidão convosco. É por vossa causa que isto é tão especial e o facto de me terem apoiado durante tanto tempo é a razão pela qual posso fazer estes belos passeios pela minha memória todas as noites, porque se preocuparam com todas as eras da minha carreira musical, por isso, obrigado”, acrescentou.

A meia hora do grande final, as surpresas chegaram — como sempre — com o set acústico: “Eu estava a tentar pensar em quais eram as canções que realmente resumem o que sinto sobre esta noite e decidi voltar ao início”, afirmou, referindo-se ao seu primeiro álbum, Taylor Swift, lançado em 2006. De guitarra na mão, começa por cantar A Place in ThisWorld, uma confissão de quando era apenas uma adolescente Nashville, fazendo depois o mashup com New Romantics, do 1989, lançado originalmente em 2014 e relançado em 2023. Em coro, os fãs cantaram o verso principal — “Heartbreak is the national anthem / We sing it proudly” —, numa referência ao que a Eras Tour tem sido nos últimos quase dois anos.

Passando para o piano, Taylor cantou a Long Live, do Speak Now, onde, em vez de cantar “It was the end of a decade”, substituiu por: “It was the end of a era”. O segundo mash up contou ainda com New Years Day, do Reputation, e com The Manuscript, do seu último álbum, The Tortured Poets Department, fechando assim um círculo musical completo.

“Nunca fiz tantos espetáculos numa digressão, é porque vocês transformaram isto em algo completamente irreconhecível de tudo o que já fiz na minha vida. Com as vossas tradições, com a vossa paixão, com a forma como se preocupam com esta digressão — é incomparável. Nunca experienciei nada assim”, confessou.

O final chegou depois de Karma, do Midnights, com cor, fogo de artifício e confetis, que caíam ao mesmo tempo que a cantora abraçava cada um dos seus bailarinos. Em vez da habitual saída — em que descia sozinha para debaixo do palco —, Taylor Swift saiu junto da sua equipa.

A The Eras Tour começou há um ano e nove meses, a 17 de março de 2023 no Arizona, EUA, e desde então percorreu 21 países, 51 cidades, 152 estádios esgotados e deu 149 concertos. Em dezembro do ano passado fez história tornando-se na primeira digressão a ultrapassar os mil milhões de dólares em vendas de bilhetes mas este ano o número subiu, ultrapassando os mais de dois mil milhões de dólares.

Em Portugal, o fenómeno mundial esgotou o Estádio da Luz, em Lisboa, nos dias 24 e 25 de maio de 2024, juntando 64 mil pessoas — e provocando atividade sísmica no primeiro dia com a música Shake it Off.

A longa cerimónia pop de Taylor Swift em Lisboa