O PCP na Câmara de Lisboa apresentou esta quinta-feira uma proposta para a revisão do Plano Diretor Municipal, por considerar que “é uma urgência” para responder aos principais problemas da cidade, como habitação, mobilidade, sustentabilidade e resiliência ambiental.

“A revisão do Plano Diretor Municipal de Lisboa é uma urgência, não só porque a versão em vigor desde 2012 há muito ultrapassou o seu período de vigência, mas sobretudo porque hoje se revela desatualizado e prejudicial para o desenvolvimento urbanístico, económico, ambiental e social da cidade”, afirmou a vereação do PCP, aguardando agendamento da proposta em reunião de câmara.

Neste mandato (2021-2025), o PCP conta com dois vereadores entre os 17 membros do executivo municipal de Lisboa, designadamente João Ferreira — que já anunciou que volta a ser candidato da CDU (coligação PCP/PEV) à presidência da câmara da capital nas eleições autárquicas do próximo ano — e Ana Jara.

Em comunicado, os vereadores do PCP informaram que formalizaram a proposta de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) para se dar início aos trabalhos, “sem prejuízo do processo participado que se pretende”.

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Há cerca de duas semanas, em 25 de novembro, a vereadora do Urbanismo na Câmara de Lisboa disse que o município estava a realizar estudos sobre a carta de inundações da cidade, o estacionamento e o turismo sustentável no âmbito da revisão do PDM, que avançará após a construção da Estratégia Lisboa 2040.

“Depois de concluído o relatório sobre o Estado do Ordenamento do Território, queremos concluir em maio/junho de 2025, a visão estratégica Lisboa 2040 para avançarmos para a revisão do PDM”, declarou a vereadora Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), no âmbito de uma audição na assembleia municipal sobre a proposta de orçamento para 2025.

Considerando “uma urgência” a revisão do PDM, o PCP apresentou cinco linhas estratégicas para responder aos principais problemas que a cidade de Lisboa enfrenta, nomeadamente a habitação, a mobilidade, a sustentabilidade e resiliência ambiental, os equipamentos e a cidade regional.

Na habitação, os vereadores comunistas referem que é preciso enfrentar a crise habitacional em Lisboa através do planeamento da cidade, com a Carta Municipal de Habitação (CMH) e a classificação e programação dos solos necessários aos seus objetivos, priorizando esta área e “limitando e reduzindo a instalação de novos estabelecimentos turísticos” nas áreas saturadas.

O PCP propõe um sistema de mobilidade, articulado à escala metropolitana e assente no transporte público, “colmatando desigualdades sócio territoriais e aproximando a cidade dos cidadãos”.

Os comunistas sugerem ainda que se considere o planeamento de Lisboa na dimensão ambiental, incluindo a resposta às alterações climáticas, em articulação com o Plano de Ação Climática e o Contrato Climático de Lisboa 2030; e que seja criada uma rede de equipamentos sociais, culturais, desportivos, de abastecimento e de segurança que funcionem enquanto estrutura de serviços públicos locais essenciais, no âmbito do conceito de “cidade dos 15 minutos”.

Quanto à ideia de cidade regional, o PCP reforça que é necessário dar consistência ao planeamento de Lisboa à escala metropolitana, articulando o Rio Tejo como centralidade da Grande Lisboa e como espaço de ligação e revitalização essencial à melhoria da qualidade de vida urbana.

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.