O novo Centro de Investigação das Alterações Climáticas promovido pelo município da Figueira da Foz em parceria com a Universidade de Coimbra abre portas em fevereiro de 2025 com quatro investigadores contratados pela autarquia, anunciou esta sexta-feira o presidente da Câmara.

Numa intervenção durante o 3.º Congresso de Adaptação às Alterações Climáticas, realizado na Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes disse que o novo centro de investigação, a instalar no alto da serra da Boa Viagem (no edifício do Abrigo da Montanha, que está a ser intervencionado nesse sentido), será o primeiro em Portugal de iniciativa municipal para estudar as correntes marítimas, os movimentos de areias e as alterações climáticas.

“[As alterações climáticas] devem vir em último lugar, não é por serem menos ou mais importantes, está tudo ligado. Mas queremos aqui estudar principalmente estes fenómenos do comportamento das correntes marítimas e do movimento de areias, tema tão decantado desde há décadas e séculos aqui nestas terras, com escritos que estão depositados nos nossos arquivos”, argumentou Pedro Santana Lopes.

O presidente da Câmara frisou que o novo organismo abrirá em 17 de fevereiro, tendo reunido na quinta-feira com os investigadores contratados pelo município, onde se inclui uma doutorada na área dos sedimentos, revelou.

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“Gostei imenso da reunião, são bastante bons”, afirmou Santana Lopes aos jornalistas, à margem da sessão, aludindo aos quatro investigadores, número que poderá chegar aos 14, com os restantes a chegarem mediante projetos de investigação com financiamento específico.

As obras de requalificação e adaptação do Abrigo da Montanha, consignadas em abril, por mais de 340 mil euros, deverão estar prontas, segundo o autarca, em finais de janeiro de 2025.

“Da informação que tenho, não existe mais nenhum [centro] com este jaez [municipal]”, reafirmou Santana Lopes, vincando que o novo organismo “nasceu para a investigação, procura da inovação e nomeadamente em matérias que são de muita importância para o município, mas interessam ao país todo”.

“Como disse no início do mandato, temos de criar estas entidades e trabalhar este saber que tornem a Figueira da Foz e estes centros imprescindíveis. Que tenham dados que as pessoas, para disporem deles, tenham de vir cá”, declarou.

O edifício da serra da Boa Viagem, junto ao miradouro da Vela, estava encerrado há alguns anos, depois de ter servido como restaurante, de forma intermitente, nas últimas duas décadas.

Construído na década de 1920, o Abrigo de Montanha acolheu um bar, restaurante e casa de chá a partir dos anos 60 do século XX, tendo sido destruído por um violento incêndio florestal em julho de 1993.

Seis anos mais tarde, durante o primeiro mandato de Santana Lopes na Câmara da Figueira da Foz, foi adquirido pelo município, reconstruído e reabriu ao público em outubro de 2001.