O poder de compra em Portugal foi 80,5% da média europeia em 2023, mais 3,1 pontos percentuais do que em 2022, ocupando o país a 15.ª posição entre os 20 países da zona euro e a 18.ª da União Europeia. Portugal ultrapassou, em 2023, a Estónia e a Polónia neste indicador. 

Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2022 e 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Portugal, expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC), passou de 77,4% para 80,5% da média da União Europeia (UE), tendo o país subido da 16.ª para a 15.ª posição entre os 20 países da zona euro e do 20.º para o 18.º lugar da UE.

No ano passado, Portugal, com um índice de PIB per capita (PIBpc) de 80,5, ocupava a 15.ª posição entre os 20 países da zona euro, abaixo de países como Lituânia (86,6), Espanha (90,5) e Eslovénia (91,8) e à frente da Estónia (79,9), Croácia (76,0) e Eslováquia (73,8). Em termos nominais, o PIBpc de Portugal aumentou 8,5% em 2023, determinado pelo aumento nominal do PIB (9,6%), uma vez que a população em 2023 foi marginalmente superior ao ano anterior.

Globalmente, o INE dá conta de uma “elevada dispersão” do indicador de volume do PIBpc medido em PPC nos 27 Estados-membros da UE: O Luxemburgo (236,8) apresenta o índice mais elevado entre os 36 países europeus analisados, correspondendo a mais de duas vezes a média da UE27 e quase quatro vezes superior ao da Bulgária (63,8), que é o país da UE com o valor mais baixo.

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O coeficiente de variação do PIBpc nos 36 países considerados no exercício situou-se em 44,9%, valor inferior ao que se registou em 2022 (50,7%).

Entre 2023 e 2022, o INE diz terem-se verificado “variações significativas” dos índices de volume do PIBpc, medido em PPC, com reduções em 16 dos 36 países analisados, tendo-se os maiores decréscimos registado na Noruega (-42,6 pontos percentuais), Irlanda (-24,7 pontos percentuais) e Luxemburgo (-14,7 pontos percentuais).

Em sentido contrário, salientam-se os aumentos dos índices de volume do PIBpc da Roménia (4,4 pontos percentuais), Croácia (4,1 pontos percentuais) e Turquia (3,9 pontos percentuais).

No que se refere à Despesa de Consumo Individual per capita, apontado pelo INE como “um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias” (enquanto o PIBpc é sobretudo um indicador do nível de atividade económica), fixou-se em 85,0% da média da União Europeia em 2023, menos 0,3 pontos percentuais do que no ano anterior. Neste indicador, Portugal ocupava a 15.ª posição na zona Euro e a 18.ª na União Europeia, o que compara com a 14.ª e 17.ª posições, respetivamente, no exercício anterior.

Na Despesa de Consumo Individual ‘per capita’ (DCIpc), em 2023, para os 36 países considerados no exercício, o coeficiente de variação deste indicador foi 26,2%, cerca de 19 pontos percentuais inferior ao do PIBpc.

Segundo o INE, o PIBpc, “por integrar componentes adicionais sujeitas a maior volatilidade, tende a apresentar maior dispersão entre países quando comparada com a DCIpc”.

Apesar da menor dispersão em comparação com o PIBpc, o instituto estatístico dá, ainda assim, conta de “diferenças substanciais” da DCIpc entre os estados-membros da UE.

O INE alerta que os resultados divulgados “devem ser analisados com prudência, particularmente em termos de evolução temporal, uma vez que ao longo do tempo verificam-se alterações de diferente natureza”.

Em causa estão, nomeadamente, alterações ao nível da seleção do cabaz comum de bens e serviços em comparação, dos métodos e fontes dos preços utilizados no exercício PPC e da revisão de valores da contabilidade nacional.

“Aliás, em 2024 ocorreu de forma generalizada na UE uma mudança de base das Contas Nacionais, o que conduziu a revisões significativas do PIB e do PIBpc em diversos países da UE”, nota o INE.

Como resultado, no presente exercício, o PIBpc de 2022 foi revisto em -4,2 pontos percentuais para a Suécia e +6,6 pontos percentuais para a Islândia, correspondendo às revisões extremas no seio dos países da UE. Já Portugal apresentou uma revisão de -1,3 pontos percentuais.