O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre a falta de alternativa de alojamento para estudantes das três maiores residências da Universidade de Évora (UÉ), que vão fechar temporariamente para obras de requalificação.

A pergunta, consultada quinta-feira pela agência Lusa na página de Internet do parlamento, foi subscrita pela deputada bloquista Joana Mortágua e dirigida ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

Contactada pela Lusa, a reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, admitiu estar preocupada com a situação, frisando que a academia “está empenhada em garantir soluções adequadas de alojamento para os estudantes” enquanto decorrem as obras.

A UÉ está a estabelecer “protocolos com entidades externas, como o recurso a unidades de alojamento local e parcerias com o setor social, e esperamos vir a aumentar o número de camas disponível”, adiantou.

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Outras das ações, referiu a reitora da UÉ, passam pelo “planeamento das intervenções (espaçamento temporal) de modo a minorar o impacto do encerramento das residências e a identificação de novos espaços para instalação de estudantes”.

Na pergunta dirigida ao Governo, o BE indicou que as três maiores residências da UÉ vão ser requalificadas, ao abrigo do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), o que implica o seu encerramento temporário, no próximo ano.

Os alunos destas residências “só fizeram contrato de alojamento entre o início do ano letivo e janeiro de 2025”, realçaram os bloquistas, alertando que “não foram atempadamente planeadas alternativas de alojamento”.

Ainda assim, o BE reconheceu que a instituição alentejana “está mesmo a fazer diligências para protocolar mais camas em concelhos limítrofes”.

Dificuldades com alojamento em Évora para estudantes universitários

De acordo com o partido, que já reuniu com o vice-reitor da academia João Nabais e a diretora de serviços da Ação Social, até à data da reunião, “a UÉ só tinha conseguido protocolar 163 camas”, o que “está muito aquém das 484 que vão para obras”.

“Este encerramento simultâneo de residências estudantis em Évora está a gerar uma grave falta de quartos e a aumentar ainda mais os preços dos quartos no arrendamento privado”, alertou.

Advertindo igualmente para “o problema dos quartos arrendados sem recibo”, o Bloco de Esquerda argumentou que há estudantes que “se sujeitam por falta de oferta”, ainda que, depois, esta solução não lhes dê acesso ao complemento de apoio.

“Alguns estudantes que já estão nestes quartos sem recibo estão a ser informados de aumentos no preço a partir de janeiro”, disse.

Nas declarações à Lusa, a reitora destacou que a UÉ “está a realizar um dos maiores investimentos de sempre na renovação e modernização das suas residências”, considerando ser “um passo fundamental para assegurar melhores condições de alojamento”.

“A UÉ tem estado também a trabalhar no sentido de ser construída uma nova residência, que reforçará significativamente a oferta de camas a custos acessíveis para os estudantes e será uma solução para as crescentes necessidades de alojamento”, acrescentou.

Através da pergunta entregue no parlamento, o BE quer saber se o Governo tem conhecimento desta situação em Évora, de que forma vai intervir para resolver este problema e se existem situações semelhantes noutras zonas do país.

Segundo o mesmo partido, a UÉ possui sete residências: António Gedeão (292 camas), Manuel Álvares (72 camas), Florbela Espanca (50 camas), Soror Mariana (46 camas), Bento de Jesus Caraça (25 camas), Portas de Moura (21 camas) e Eborim (20 camas).