Pela segunda vez em 24 horas, o Congresso dos Estados Unidos da América chumbou uma proposta de financiamento federal. Agora a menos de 24 horas do prazo final, o governo norte-americano arrisca-se a viver um período de shutdown.

Donald Trump rejeita proposta de financiamento federal e força negociações a três dias do prazo final

Nem a intervenção direta de Donald Trump e JD Vance foi suficiente para fazer passar uma nova proposta apresentada pelos republicanos. Depois de o Presidente eleito ter feito cair a proposta bipartidária de 1.500 páginas apresentada na sessão de quarta-feira, a versão encurtada (com 116) viu o mesmo destino no dia seguinte. Os focos principais mantiveram-se: os apoios de emergência aos estados afetados pelas múltiplas catástrofes naturais que abalaram o país este ano e as assistências económicas para agricultores.

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A diferença chave entre uma proposta e a outra foi o aumento salarial para os deputados norte-americanos. Seria a primeira desde 2009, mas os representantes republicanos que seguem a linha de pensamento de Trump foram rápidos a criticar esta menção no documento. Desta forma, foi rapidamente rasurada e excluída da nova proposta apresentada.

No entanto, nem toda a bancada concorda com o plano concebido. Mesmo com uma maioria significativa na Câmara dos Representantes, o Partido Republicano precisava de votar em unanimidade a favor da aprovação do documento, contando com a votação no sentido contrário do lado azul. O que realmente aconteceu, porém, não era o planeado.

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Mais de 30, menos de 40 — o número de republicanos que votaram contra a proposta, juntando-se aos quase 200 democratas, que foram suficientes para inviabilizar o documento. Agora, os 172 republicanos que queriam avançar com este plano de financiamento federal têm até à meia-noite desta sexta-feira (5h de sábado, em Portugal) para apresentar uma alternativa, com compromissos, de modo a evitar uma paralisação federal — ou shutdown.

Apesar de este ser um cenário indesejado para a maioria dos congressistas, Elon Musk, o futuro líder do Departamento de Eficácia Governamental, defende que é “infinitamente melhor” ver este cenário de shutdown, do que aprovar uma “proposta horrível”. Musk, que admite não ter tido uma mão direta no desenvolvimento deste segundo documento apresentado, afirma que esta paralisação “não encerra funções críticas”.