O ministro da Presidência garantiu esta sexta-feira que a operação da PSP realizada no Martim Moniz, em Lisboa, não teve instrução do Governo, mas lembrou a orientação para o combate à criminalidade violenta, trafico de droga ou de seres humanos
“Tal como prometemos estamos a cumprir a orientação geral para haver proximidade, visibilidade e coordenação de atuação entre as várias forças de segurança, com foco na criminalidade violenta, tráfico de droga e tráfico de seres humanos”, sublinhou António Leitão Amaro, em entrevista à Sic Notícias.
Leitão Amaro garantiu que a operação no Martim Moniz foi planeada e executada por decisão da polícia e “sem instrução do Governo”, acrescentando que o foco da operação esteve “no crime e numa zona problemática”.
“Crime não tem nacionalidade, cor de pele, credo ou etnia, crime é crime e deve ser combatido”, acrescentou.
A operação de quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, provocou um grande número de críticas, especialmente de políticos, que consideraram ter sido usada força desproporcional.
O ministro da Presidência vincou que a operação da PSP foi planeada durante semanas e foi focada numa lei de 2006 sobre o regime das armas, que insta a polícia a realizar operações especiais, incluindo sobre armas brancas.
Leitão Amaro referiu que nos últimos dois anos ocorreram 52 crimes com armas brancas naquela zona, que justificaram a operação policial, que resultou em dois detidos.
E sublinhou ainda que a acompanhar a ação policial esteve o Ministério Público, com função de assegurar a legalidade e a proporcionalidade.
“A polícia faz como a própria lei diz, deve atuar em zonas críticas fazer operações especiais em zonas localizadas, com a realização de revistas, diz a lei. O Governo não se envolve nestas escolhas operacionais”, frisou.
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Leitão Amaro apontou ainda que o foco do Governo é na defesa dos que são “abusados, atacados e mais frágeis, e que precisam que o Estado atue para que os proteger”.
O ministro frisou também que há uma mudança de política na área da segurança, apontando para a perceção de que “as policias estão mais próximas e mais visíveis porque no passado havia uma atuação menos próxima e menos visível”.
“Se calhar não havia atuação suficiente no passado”, salientou.
Já na quinta-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tinha considerado a operação da PSP no Martim Moniz “muito importante” para criar “visibilidade e proximidade” no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.