O Presidente israelita, Isaac Herzog, agradeceu esta segunda-feira a Jimmy Carter pelo apoio à normalização das relações entre Egito e Israel nos anos 1970, numa mensagem após a morte do antigo presidente norte-americano, no domingo, aos 100 anos.
“Nos últimos anos, tive o prazer de lhe telefonar e de lhe agradecer os seus esforços históricos para reunir dois grandes líderes, Beguin e Sadat”, escreveu Herzog nas redes sociais, referindo-se a Menachem Beguin e Anwar el-Sadat, líderes israelita e egípcio, respetivamente, que assinaram os acordos de Camp David com Carter em 1978.
Os acordos permitiram aos dois países assinarem, em Washington, o acordo de paz de 1979, que normalizou as relações entre ambos.
Na mensagem, Herzog defendeu a paz entre Israel e o Egito como “uma âncora de estabilidade em todo o Médio Oriente e norte de África”.
“O seu legado será definido pelo seu profundo empenho na paz entre as nações”, disse o Presidente israelita sobre Carter, enviando ainda condolências à família do ex-dirigente e ao povo norte-americano.
O embaixador da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) no Reino Unido — e antigo embaixador nos EUA — Husam Zomlot, também celebrou o legado de Carter nas redes sociais, embora por motivos diferentes.
“O Presidente Carter será recordado pelo povo palestiniano como o primeiro presidente dos EUA a lutar pela liberdade dos palestinianos e o primeiro a alertar para o apartheid israelita”, afirmou Zomlot na rede social X.
President Carter will be remembered by the Palestinian people as the first U.S. president to advocate for the freedom of Palestine and the first to warn about Israeli Apartheid. He worked for decades to achieve a just and lasting peace in Palestine and the rest of the region. Our… pic.twitter.com/JEj1hkF0Mb
— Husam Zomlot (@hzomlot) December 29, 2024
O antigo presidente publicou em 2006 um livro baseado nas conversas com Beguin e Sadat sobre o conflito israelo-palestiniano, intitulado “Palestina: Paz, Sim. Apartheid, Não” (‘Palestine: Peace Not Apartheid’), no qual critica o estabelecimento de colonatos israelitas, classificando-o como um dos principais obstáculos à paz no Médio Oriente.
Carter, que se encontrava em casa sob cuidados paliativos e que votou nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro, tinha sido tratado a uma forma agressiva de cancro da pele do tipo melanoma, com tumores que se tinham alastrado ao fígado e ao cérebro.