Era algo há muito pensado, foi algo que começou a dar os primeiros passos quando foram colocadas mais 950 cadeiras no último verão, é algo que está agora em cima da mesa como uma realidade à espera apenas da concretização. A 30 de novembro, na Casa do Benfica do Arouca, Rui Costa aproveitou a proximidade dos 70 anos do antigo Estádio da Luz para anunciar o aumento da lotação do atual recinto de 65 para 70 mil lugares, explicando também o porquê da opção que se enquadra quase com uma necessidade do clube.

Lotação do Estádio da Luz vai aumentar para 70 mil lugares, anunciou Rui Costa

“O Estádio da Luz regista uma média de afluência muito próxima dos 60 mil espectadores, um número ímpar em Portugal e que comprova a enorme grandeza do Benfica. Com praticamente todos os jogos esgotados, são milhares os sócios e adeptos que estão impossibilitados de assistir aos nossos encontros, como são milhares os que se encontram em lista de espera para poder ter acesso a um Red Pass. Por isso queremos mais. O Benfica e os benfiquistas ambicionam e merecem ainda mais. É o momento ideal para anunciar algo em que temos vindo a trabalhar e cuja concretização teve já o seu início. Embora o Estádio da Luz seja já o maior e mais imponente estádio do país, anuncio que iremos aumentar a sua lotação para 70 mil lugares, dando oportunidade a mais cinco mil adeptos mas preservando, no entanto, as atuais condições de segurança, acesso, conforto e visibilidade”, referiu nesse dia o presidente dos encarnados.

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Agora, no programa “Grande Entrevista” da BTV, Rui do Passo, vice-presidente do Benfica que tem o pelouro da Inovação e Tecnologia, aproveitou a “boleia” de todas as melhorias que têm vindo a ser feitas nas últimas temporadas para dar mais um passo em frente no sonho de ter cada vez mais benfiquistas a apoiar as suas equipas, apontando para um novo recinto que pudesse recuperar os 120 mil da antiga Luz.

“120 anos são uma marca fundamental numa marca que é mais do que centenária. São 12 décadas de história, rica de títulos que faz desta instituição um caso único a nível nacional e mundial. Podemos ter uma ou outra oscilação mas fomos sempre crescendo, em adeptos, sócios, títulos, modalidades, uma globalização do Benfica. É uma história imensa que faz com que estejamos perante o maior e melhor clube do mundo. Desafios? Como costumo dizer, é respeitar os três pilares: ter mais sócios e adeptos, ganhar mais porque está no nosso ADN e construindo o crescimento da prática desportiva, a todos os níveis. Isso pode continuar no caminho que vamos fazendo”, começou por referir, falando também da importância da Fundação Benfica, da divulgação da mística benfiquista pelo mundo e das inovações tecnológicas que vão sendo introduzidas.

“Tenho essa responsabilidade, o pelouro da Inovação e Tecnologia. A tecnologia existe no Benfica para conseguirmos que o clube seja mais competitivo, é aplicada nisso para ganharmos mais. Os maiores clubes, do Reino Unido, de França, de Itália, da Alemanha veem o Benfica como uma referência a nível de tecnologia pela forma como ajudamos todas as equipas a ganhar, do futebol sénior às modalidades. Muitos clubes vêm muitas vezes beber aquilo que fazemos bem na área da competitividade desportiva mas também a forma como gerimos toda a massa de sócios e como a gerimos”, referiu. “A globalização do Benfica é uma oportunidade porque é um clube que tem grande internacionalização mas pode ser mais global”, acrescentou.

“Estamos a caminho dos 400 mil sócios. O último número que estive a ver e que é do meu conhecimento é o 392.202, Acredito que até à data do nosso aniversário, 28 de fevereiro, estaremos nos 400 mil. Se não estivermos, andaremos lá perto. Temos cerca de 100 sócios por dia, três mil sócios por mês. Em 2023, tivemos mais 44 mil. É um força tremenda, depois com o sócio família, os nascimentos, há uma imensidão e com estes Estatutos podemos ir mais além”, comentou, numa fase da entrevista em que falou da importância da aprovação dos novos Estatutos que têm vindo a ser feitos em Assembleias Gerais Extraordinárias. “A nossa app é também uma referência, no mercado desportivo e tecnológico. Outro exemplo foi a revolução que fizemos no Estádio da Luz, com o wi-fi, a luz, o som, os ecrãs, as imagens e todas as possibilidades que podemos ter em termos de espectáculo ainda que comece a sonhar com um novo estádio”, referiu.

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“Um novo estádio com a capacidade mítica que está na cabeça dos benfiquistas dos 120 mil. Estamos a fazer 70 anos do antigo estádio, falámos agora da capacidade de chegar aos 70 mil mas recordamos e sabemos todos que havia a capacidade dos 120 mil que foi muitas vezes ultrapassado. Neste estádio não podemos ir além dos 70 mil por questões de segurança, de comodidade e de regulamentação. É por isso que temos de começar a pensar num novo estádio porque este começa a esgotar-se, está em permanência lotado. Longo prazo? É um longo prazo que está logo ali. Quero acreditar que há duas modalidades em que queremos estar mais fortes, o futebol feminino e o râguebi, e acredito que este estádio pode ficar como casa delas e quero sonhar com assistências de 40, 50 e 60 mil a ver jogos de râguebi e de futebol feminino. Acredito que temos começar a sonhar com um novo estádio”, enfatizou Rui do Passo.

“Nesta altura, temos os camarotes cheios e com listas de espera, temos lugares executivos com listas de espera, temos red pass com uma brutal lista de espera. Fazendo contas por alto, não é difícil passar de 45 mil para 70 mil Red Pass, de cinco mil lugares executivos para dez mil e de 150 camarotes para 300. Temos uma lista de espera para comprar já na planta todos estes lugares. Por isso, é muito possível começar a pensar seriamente num projeto destes”, concluiu o vice-presidente do Benfica sobre esse assunto que é algo que não se coloca em cima da mesa a não ser na parte do aumento para 70 mil pessoas.