Com o interesse de Donald Trump em adquirir o território da Gronelândia, e o desejo do governo regional em abandonar a tutela da Dinamarca, Múte Egede, o primeiro-ministro gronelandês, acredita que “está na hora de dar o próximo passo” para alcançar a independência do país.

“Tal como outros países do mundo, temos de trabalhar para eliminar os obstáculos à cooperação – que podemos descrever como os grilhões da era colonial – e seguir em frente”. Egede, líder do partido separatista Inuit Ataqatigiit e eleito em 2021 para o cargo de chefia do executivo, acredita que as relações entre Copenhaga e Nuuk não criaram uma “igualdade total”, e que a Gronelândia merece “representar-se” no palco mundial.

O primeiro-ministro, na sua mensagem de Ano Novo, relembra que o governo da Dinamarca mantém um controlo total da política externa e da defesa da Gronelândia, mesmo após ter ascendido ao estatuto de região autónoma em 1979. No entanto, refere também que, em 2009, um acordo foi estabelecido entre os dois executivos, para abrir a porta a uma possível independência, mediante o resultado de um referendo.

“Já se começou a trabalhar na criação do enquadramento para a Gronelândia como Estado independente”, afirmou. “É necessário dar passos significativos… O novo período eleitoral que se aproxima deve, juntamente com os cidadãos, criar esses novos passos”, refere Egede, aludindo para a possibilidade de levar o referendo pela independência às urnas já em 2o25, ao mesmo tempo que os cidadãos elegem os representantes parlamentares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com os primeiros passos a serem dados para começar a gerar receita no setor do turismo na maior ilha do mundo, e com a abertura de um novo aeroporto internacional na capital Nuuk, Múte Egede acredita que finalmente será possível estabelecer o contacto com outros países, sem primeiro passar por Copenhaga.

Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, Donald Trump admitiu o seu interesse e manifestou a “necessidade absoluta” que é a aquisição do território da Gronelândia pelos Estados Unidos da América. Em resposta, o primeiro-ministro reforçou que a ilha “não está à venda” e, agora, reforça a sua intenção em concretizar o sonho de pelo menos 37% dos eleitores gronelandeses.

Trump diz que “controlo da Gronelândia é uma necessidade absoluta” para os EUA. Gronelândia responde: “Não estamos à venda”