O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, questionou, este domingo, se o presidente do Chega, André Ventura, não vai desistir da candidatura presidencial em favor de uma apresentada pelo antigo almirante Henrique Gouveia e Melo. “Essa dúvida existe”, assinalou o ex-presidente do PSD, perguntando: “Vai até ao fim, ou desistir a favor de outro?”
No seu espaço de comentário, Luís Marques Mendes, que também é um dos nomes apontados à corrida presidencial em 2026, considerou ser “previsível” e “expectável” a candidatura de André Ventura. “De um modo geral, os partidos dos extremos apresentam os seus líderes a Presidente da República. É para assumirem uma posição”, disse.
André Ventura anuncia candidatura à Presidência da República
Referindo que as ideias da candidatura de André Ventura já são conhecidas, “analiticamente, a única dúvida que se possa colocar é se vai até ao fim”. Luís Marques Mendes lembrou que o presidente do Chega já sinalizou que “apreciava muito Pedro Passos Coelho e Gouveia e Melo”. O comentador da SIC sublinhou, por isso, que existe uma “dúvida” sobre se o líder do Chega leva a candidatura até ao fim, mas “vai-se desfazendo com o tempo”.
Conselho de Estado sobre segurança. “Presidente deve decidir em exclusivo”
Interrogado sobre a decisão de o Presidente da República em questionar aos restantes conselheiros de Estado sobre a necessidade de convocar uma reunião proposta por André Ventura para debater o estado da segurança em Portugal, Luís Marques Mendes considera que a marcação de encontros do Conselho de Estado é da “exclusiva competência” da presidência.
O comentador — e ele próprio conselheiro de Estado — defende que é Marcelo Rebelo de Sousa quem deve “tomar uma decisão” sobre o assunto. Luís Marques Mendes frisou que o Conselho de Estado é um órgão que serve para “aconselhar o Presidente”, sendo que deve ser o chefe de Estado a decidir quando convocar os encontros.
Luís Marques Mendes referiu não ser contra um debate sobre a segurança, mas desde que seja “sério, profundo e não populista”. Neste sentido, para o comentador, “só fará sentido” discutir o assunto quando for publicado o relatório anual de segurança interna. “Mas não se devem debater assuntos com base em perceções, mas sim na realidade”, advertiu.